Grande parte da Ucrânia ficou sem luz e até sem água. Kiev culpa Rússia e Zelensky fala em "terrorismo"

CNN Portugal , FMC
11 set 2022, 22:15

As regiões nordeste da Ucrânia foram fortemente afetadas por ataques a infraestururas civis energéticas que deixaram cidades sem luz e água, segundo vários representantes ucranianos. Em algumas localidades, a situação já está normalizada

A região de Kharkiv, onde fica a segunda maior cidade da Ucrânia, registou um "apagão em larga escala", tendo sido também afetada por cortes nos serviços de abastecimento de água, algo confirmado pelo governador da região. Mas não foi a única afetada: as regiões de Dnipropetrovsk, Donetsk, Zaporizhzhia, Sumy e Poltava também ficaram sem eletricidade, algo que os ucranianos atribuem a ataques russos.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, bem como outros representantes das regiões, confirmaram nas redes sociais o acontecimento, acusando a Rússia de perpetrar ataques terroristas contra civis ao invés de atacar pontos militares. De forma independente, as causas do apagão ainda não foram confirmadas.  

Volodymyr Zelensky recorreu ao Twitter para confirmar a situação, anunciando “um apagão total nas regiões de Kharkiv e Donetsk, um apagão parcial nas regiões de Zaporizhzhia, Dnipropetrovsk e Sumy. Os terroristas da Federação Russa continuam terroristas e atacam infraestruturas críticas. Não são instalações militares, o objetivo é privar as pessoas de luz e calor," escreveu. 

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, usou o Twitter para corroborar a situação: “a Rússia terrorista bombardeou infraestruturas civis deixando milhares de ucranianos sem eletricidade, água e calor. Putin planeia mais destas ações para o inverno e testa as águas. Ele tem de receber uma dura resposta agora. A Rússia tem de ser reconhecida como patrocinadora estatal de terrorismo”.   

O conselheiro de Zelensky, Mykhailo Podolyak, destacou o ataque a Kharkiv na mesma rede social, falando em "ataques deliberados em infraestruturas civis críticas", algo que considerou ser "uma manifestação incondicional do terrorismo da Rússia e do desejo de deixar massivamente cidadãos sem eletricidade e calor”, escreveu. De acordo com o conselheiro, o bombardeamento deste domingo é uma resposta cobarde por parte dos russos pela necessidade de fugir da batalha, noticiou o Ukrinform.    

O pior cenário terá sido mesmo em Kharkiv: "os ocupantes atingiram infraestruturas críticas na cidade e região de Kharkiv", disse o governador, Olegh Synegubov, que fala ainda em incêndios em vários locais, como confirmam as fotografias associadas ao artigo. As autoridades já confirmaram mesmo um morto na sequência dos supostos ataques.

O autarca da cidade, Ihor Terekhov, revelou no Telegram “ataques a uma instalação de infraestruturas em Kharkiv. Como resultado do impacto, as luzes apagaram-se em muitas áreas da cidade. Pela mesma razão, não há água nessas áreas - as bombas não estão a funcionar", realça. 

Também relatado pela Ukrinform, os militares russos atacaram a infrestrutura energética da região de Dnipropetrovsk: "algumas cidades e comunidades da região ficaram sem eletricidade. Os russos atingiram a infraestrutura energética. Não podem aceitar as derrotas no campo de batalha", escreveu Valentin Reznichenko, governador daquela zona. Entretanto, segundo fontes locais, a energia já terá sido totalmente restabelecida.

Por outro lado, também o governador da região de Poltava, que foi também afetada, Dmytro Lunin, informou que, entretanto, a situação estava regualda.   

"Luz e abastecimento de água foram restaurados em todos os distritos da região de Poltava. Mas a indústria da energia continua a estabilizar o nível de tensão", concretiza. 

Mais tarde, o governador da região de Sumy, também a norte, confirmou que houve uma quebra de energia, aconselhando a população a desligar todos os aparelhos das fichas. Também nesta região eletricidade e água foram restabelecidas por inteiro.

Os jornalistas da AFP em Kramatorsk, na região oriental de Donetsk, confirmaram que os cortes estavam também a afetar essa cidade, uma das maiores do leste ainda sob controlo ucraniano, e o governador regional também relatou apagões noutros locais da sua área. 

O organismo responsável pelas infraestruturas ferroviárias ucranianas, a Ukrzaliznytsia, alertou para congestionamentos nas viagens, com atrasos nos comboios, na sequência dos ataques às infraestruturas civis nas regiões de Kharkiv, Sumy e Poltava. Apesar das acusações ucranianas, nenhum dos ataques foi independentemente confirmado como sendo de autoria russa.

Depois dos ataques, os Serviços Nacionais da Companhia Energética informaramm via Telegram, que iriam iniciar urgentemente os procedimentos de restauro dos danos nas infraestruturas, assim que os incêndios fossem apagados.

Todas as regiões afetadas ficam em regiões contíguas, muitas delas, como no caso de Sumy ou Kharkiv, fazendo fronteira com a Rússia.

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