Esposas e mães russas apelam a Putin para que deixe de enviar homens "para o matadouro”

CNN , Josh Pennington e Heather Chen
13 mar 2023, 09:28
Esposas e mães russas apelam a Putin para que deixe de enviar homens mobilizados "para o matadouro"

Um grupo de esposas e mães russas apelou ao presidente Vladimir Putin para deixar de enviar os seus maridos e filhos "para o matadouro", forçando-os a juntarem-se a grupos de combate sem formação ou abastecimento adequados.

Num vídeo partilhado pelo canal de Telegram SOTA, as mulheres disseram que os seus familiares tinham sido “forçados a juntar-se a grupos de combate" no início de março, apesar de terem apenas quatro dias de treino desde a sua mobilização em setembro.

O vídeo mostra as mulheres com uma placa em russo que diz: "Divisão Separada de Artilharia de Obuses 580," e é datado de 11 de Março de 2023.

"O meu marido... está na linha da frente", diz uma mulher na gravação.

"Os nossos [homens] mobilizados estão a ser enviados como cordeirinhos para áreas fortificadas - cinco de cada vez, contra 100 homens inimigos fortemente armados", continuou.

"Eles estão preparados para servir a sua pátria, mas de acordo com a especialização para a qual foram treinados, não como tropas de assalto. Pedimos que retirem os nossos homens da linha de frente e forneçam aos soldados artilharia e munições".

A CNN não pôde verificar independentemente as afirmações feitas pelas mulheres no vídeo.

A iniciativa da Rússia de enviar centenas de milhares para lutar nos campos de batalha da Ucrânia gerou dissidência e protesto, levando muitos russos – homens jovens em particular - a fugir do país.

"Fugimos da Rússia porque queremos viver", disse um homem, que pediu para não ser identificado para proteger os familiares deixados para trás, anteriormente à CNN. "Temos medo de ser enviados para a Ucrânia".

Familiares de soldados russos chamados para a guerra criticaram a mobilização, afirmando que esta é assolada por problemas tais como questões de disciplina e falta de liderança por parte de oficiais, formação inexistente, bem como dificuldades logísticas, como a falta de uniformes, alimentação deficiente e falta de material médico.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Mais Lidas

Patrocinados