Grupo Wagner faz "pausa tática" e Ucrânia prepara contraofensiva. O que se passa em Bakhmut?

10 mar 2023, 18:29
Luta diária em Bakhmut (Libkos/AP)

Há várias semanas que é o centro da guerra, mas esperam-se agora movimentações decisivas na pequena localidade da região de Donetsk

Depois de várias semanas a pressionar a linha de frente ucraniana, o Grupo Wagner vai fazer uma “pausa tática temporária” em Bakhmut. A informação foi avançada pelo Institute for the Study of War (ISW), um think thank norte-americano, que não registou quaisquer ofensivas na parte este da cidade por parte dos mercenários que estão ao serviço do Kremlin desde 7 de março, quando disseram ter capturado a margem oriental do rio Bakhmutka.

O ISW acredita que o grupo, liderado por Yevgeny Prigozhin, que ultimamente tem sido muito crítico das ações da Rússia, estará à espera da chegada de reforços do exército russo, passando então depois para uma nova ação para tentar tomar a cidade.

“A chegada de um grande número de forças russas à zona pode sugerir que as forças russas pretendem alcançar o culminar das operações do Grupo Wagner com tropas convencionais”, pode ler-se no relatório, que deixa em aberto quais serão os próximos passos do grupo de mercenários.

Ucrânia avança

Se o Grupo Wagner pode estar a chegar a um momento de pausa, o mesmo movimento acredita que do outro lado poderá ocorrer o contrário. Yevgeny Prigozhin afirmou, em declarações publicadas nas suas redes sociais, que a Ucrânia se prepara para dar início a uma contraofensiva em Bakhmut.

“É bem sabido que o inimigo está a preparar uma contraofensiva. Claro que estamos a fazer de tudo para impedir isso”, afirmou o responsável.

Uma contraofensiva que poderia ser sensível para o Grupo Wagner, uma vez que os mercenários têm perdido vários combatentes em Bakhmut, o que motivou mesmo Yevgeny Prigozhin a anunciar a criação de centros de recrutamento em 42 cidades da Rússia, na tentativa de repor as vagas deixadas pelos combatentes mortos, muitos deles naquela pequena cidade da região de Donetsk.

Apesar da pausa estratégica a este de Bakhmut, as Forças Armadas da Ucrânia afirmam que grande parte dos ataques russos conduzidos em solo ucraniano têm ocorrido naquela zona, onde foram repelidos "vários ataques", não só ali, mas nas localidades à volta.

Apesar de não ser altamente relevante a nível estratégico, a conquista de Bakhmut dará uma vantagem ao Kremlin em dois pontos: Vladimir Putin passaria a ter uma vitória para apresentar, até porque tem sido uma batalha muito mediática, e também seria possível ao exército russo estabelecer um ponto de lançamento de ataques um pouco mais a este do que acontece atualmente.

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