"Começou verdadeiramente a campanha de mísseis russa". Ucrânia devastada por ataque sem precedentes

CNN Portugal , com Lusa
29 dez 2023, 20:00

Maiores cidades ucranianas foram todas atingidas por uma chuva de mísseis e drones

A Rússia lançou cerca de 180 mísseis e drones contra alvos ucranianos durante a noite, num dos maiores ataques do género do ano, denunciou esta sexta-feira o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Kiev, Kharkiv, Dnipro, Zaporizhzhia, Lviv e Odessa foram os principais alvos do ataque russo, que acontece poucos dias depois de a Ucrânia ter afundado um navio de guerra russo na Crimeia. 

"Hoje começou verdadeiramente a campanha de mísseis russa. Começou com o lançamento de 36 drones shahed-136 com o objetivo de fazer com que a defesa antiaérea se revelasse", afirma o major-general Agostinho Costa.

O ministro da Administração Interna, Ihor Klymenko, revelou que o bombardeamento sem precedentes russo fez 31 mortos e, pelo menos, 160 feridos. Numa publicação na rede social Facebook, o ministro acrescentou que 53 pessoas foram salvas pelos serviços de emergência, oito dos quais foram resgatados dos escombros. 

"O inimigo lançou um ataque de mísseis maciço contra a Ucrânia, atacando infraestruturas críticas, indústria e locais militares e civis", confirmaram as Forças Armadas.

A situação foi além das fronteiras ucranianas. O presidente polaco, Andrzej Duda, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional, depois de um míssil russo ter sobrevoado perto de 40 quilómetros do espaço aéreo da Polónia em direção à Ucrânia, que foi alvo da mais mortífera vaga de bombardeamentos.

"Tudo indica que um míssil russo entrou no espaço aéreo polaco. Detetámo-lo através do radar. Deixou imediatamente o espaço aéreo polaco", dirigindo-se para a Ucrânia, disse o chefe do Estado-Maior do Exército polaco, general Wieslaw Kukula.

A informação da reunião de emergência surge horas depois de a NATO ter revelado que está a monitorizar a situação. O secretário-geral da aliança revelou que já entrou em contacto com o presidente polaco, Andrzej Duda, para demonstrar solidariedade e para garantir o seu apoio. Numa publicação na rede social X, Jens Stoltenberg disse que a NATO mantém-se “solidária com o nosso valioso aliado” e que o comando da aliança continua a monitorizar a situação.

O presidente dos EUA, Joe Biden, também reagiu e aproveitou para pedir ao Congresso para “agir sem mais demoras” nas negociações em curso sobre um dispendioso pacote de ajuda militar à Ucrânia, após os “bombardeamentos maciços” russos em território ucraniano. 

“A menos que o Congresso tome medidas urgentes no novo ano, não seremos capazes de continuar a enviar para a Ucrânia as tão necessárias armas e sistemas de defesa aérea para proteger o seu povo”, avisou o líder norte-americano, em comunicado.

As forças russas utilizaram uma grande variedade de armas, incluindo mísseis balísticos e de cruzeiro, disse Zelensky, citado pela agência norte-americana AP.

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yurii Ihnat, disse que a Rússia “aparentemente lançou tudo o que tinha” contra alvos em toda a Ucrânia.

O ataque de cerca de 18 horas, que começou na quinta-feira e continuou durante a noite, atingiu seis cidades, incluindo a capital Kiev, e outras áreas do leste ao oeste da Ucrânia, segundo as autoridades.

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