Soldados do Batalhão Azov não se rendem à Rússia, mas criticam falta de apoio de Kiev

CNN Portugal , com Lusa
8 mai 2022, 16:24

Um dos comandantes da força de extrema-direita acusou o governo ucraniano de ter falhado em Mariupol, mas adiantou que os soldados irão combater "enquanto estiverem vivos"

Este domingo, numa conferência de imprensa realizada a partir da fábrica Azovstal, em Mariupol, vários comandantes do Batalhão de Azov afirmaram que não se iriam render às forças russas, que cercam a siderurgia há já várias semanas.

“A rendição não é uma opção porque a Rússia não está interessada na nossa vida. Eles não querem saber se ficamos vivos”, afirmou um dos membros do batalhão, Ilya Samoilenko.

Samoilenko notou ainda que as reservas dos soldados são limitadas, precisando que dispõem de água e munições.

“Nós somos as testemunhas dos crimes de guerra cometidos pela Rússia”, vincou o soldado.

Por sua vez, o também comandante Svyatoslav Palamar vincou que a força de extrema-direita irá continuar a combater “enquanto estiverem vivos", e apelou à retirada da Azovstal dos "muitos" soldados feridos do batalhão.

No sábado à noite, o governo ucraniano confirmou a retirada de todas as crianças, mulheres e idosos da Azovstal.

A ordem do presidente [Zelensky] foi cumprida: todas as mulheres, crianças e idosos foram retirados de Azovstal”, adiantou Iryna Vereshchuk, citada pela Associated Press.

No entanto, Palamar não conseguiu confirmar a informação, e apontou o dedo ao governo do país, que falhou em salvar Mariupol.

“Os civis foram retirados em três dias recentemente. Não sabemos se todos foram todos retirados. Dos políticos ouvimos dizer que foi um sucesso. Mas durante a retirada, dois militares foram mortos e seis feridos. Este é o preço da retirada de civis”, disse.

“Ninguém esperava que ficássemos de pé durante tanto tempo. O nosso governo não conseguiu salvar Mariupol. Somos chamados de heróis, e não o devemos ostentar, porque fazemos o nosso trabalho. Os heróis estão ao meu lado. Muitas pessoas deram as suas vidas pela cidade, pelo Estado e pelos cidadãos da Ucrânia”, afirmou Palamar.

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