Margarita Simonyan garante que a Rússia não precisa da nação portuguesa, mas "gostaria muito" de a ter
Um dos mais famosos apresentadores do principal canal estatal russo Rossiya 1, Vladimir Solovyov, voltou a sugerir que depois de "desnazificar a Alemanha" a Rússia deve anexar Portugal, antes de virar a sua atenção para os Estados Unidos. Apesar de admitirem que "Lisboa nunca foi russa" insistem que é "por essa razão que devia ser".
"Os portugueses viveriam muito bem como parte do império russo", afirma o propagandista russo, que após interromper um convidado que insiste que Portugal e Rússia nunca fizeram parte da mesma nação.
Attention, Portugal!
— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) November 27, 2023
"But Lisbon has never been Russian."
"That's a reason why it should be. The Portuguese would live just as fine as part of the Russian empire."
Russian propagandists discuss "denazifying" Berlin, capturing Lisbon and moving on towards the US. pic.twitter.com/1Uujj2Soz5
Margarita Simonyan, outra das principais propagandistas do Kremlin e editora-chefe do Russia Today, interrempe os convidados e sai em defesa de Solovyov, acrescentando que, apesar de a Rússia não precisar da nação portuguesa, "gostaria muito" de a ter.
Esta não é a primeira vez que a incorporação do território português no "império russo" é debatido na televisão russa, depois da invasão na Ucrânia. No programa de Vladimir Solovyov, frequentemente os convidados abordam possíveis "operações militares especiais" em países vizinhos que pertencem à NATO e apoiam a Ucrânia.
No passado, o painel de comentadores do programa questionou-se sobre onde é que a Rússia deveria parar após "libertar" a Ucrânia. Solovyov insiste que a Rússia deve tentar "libertar Lisboa", uma cidade onde se “consegue ver a Estátua da Liberdade desde daqui quando o tempo está bom”
Os principais alvos da retórica expansionista destes comentadores são os países que pertenciam à antiga esfera de influência soviética, como a Polónia, Letónia, Lituânia, Estónia e Finlândia.
Vários destes comentadores defendem uma teoria conhecida como o Euroasianismo, que ligaria "Lisboa a Vladivostock", no extremo oriente russo. Um dos principais defensores desta tese é o antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, que disse, pouco depois do início da invasão russa, que este é um sonho antigo de Vladimir Putin.
“O objetivo é a paz das gerações ucranianas futuras e a oportunidade de, finalmente, criar uma Eurásia aberta de Lisboa a Vladivostok”, referiu Medvedev.