Fornecimento de armas à Ucrânia por parte da NATO “pode gerar conflito com a Rússia”, diz o Kremlin

5 mar 2022, 23:09
Maria Zakharova (AP)

Porta-voz do governo russo afirma que países que “enviem mercenários” para a Ucrânia tornam-se “cúmplices” de crimes de guerra

Novo dia, novas ameaças da Rússia dirigidas do Ocidente. Desta vez, dois responsáveis do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país alertaram para os perigos do fornecimento de armas por parte dos países da NATO à Ucrânia, e criticaram as ações da Aliança Atlântica na Europa.

Alexey Polishchuk, do departamento para os países da Comunidade de Estados Independentes desse ministério, diz que a formação de colunas com armamento da NATO na Ucrânia é “extremamente perigosa” e cria “riscos inaceitáveis”.

“As armas são alvos militares. Podem ser usadas nas provocações de Kiev, com o propósito de incriminar a Rússia por isso. As colunas de armamento são extremamente perigosas e podem levar a um conflito entre a Rússia e a NATO com consequências desastrosas. Já fizemos avisos acerca disto”, completou, citado pela TASS.

Noutra intervenção, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que os países da NATO que “enviem mercenários” para a Ucrânia tornam-se “cúmplices” dos crimes de guerra praticados pelos ucranianos.

Zakharova criticou também a NATO pela sua intervenção na Jugoslávia em 1999, e por estar a querer ajudar outros países durante a guerra na Ucrânia.

“O desejo da NATO de dar assistência à Bósnia e Herzegovina e à Geórgia durante a situação na Ucrânia é absurdo. É óbvio que a NATO quer usar o pretexto da “guerra na Ucrânia” para puxar mais países para a sua alçada, continuando a expansão da sua esfera de influência. Entretanto, a NATO não dá qualquer alternativa a estes países”, afirmou.

As declarações dos dois responsáveis surgem depois de Vladimir Putin ter tecido novas ameaças ao Ocidente.

Vladimir Putin, que falou horas depois do seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter voltado a insistir na importância da NATO impor uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, ameaçou que qualquer decisão nesse sentido seria interpretada pela Rússia como uma entrada do país ou organização que o fizesse na guerra.

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