“Putin, não vais ganhar esta guerra”. A mensagem de um ministro ucraniano para o presidente russo

5 mar 2022, 20:59

“A recado do povo ucraniano é simples: russos, vão para casa! Estão em terra alheia, onde ninguém precisa de vocês, nem vos vai receber com flores”, afirmou Dmytro Kuleba

Foi com grande certeza que Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, se dirigiu a Vladimir Putin, num discurso gravado em vídeo exibido na tarde deste sábado.

Falando em inglês, Kuleba interpelou diretamente o presidente russo. “Putin, deixa a Ucrânia em paz. Não vais ganhar esta guerra”, disse o ministro, garantindo que a Ucrânia vai ganhar a guerra. “A questão é qual o preço a pagar”, acrescentou.

“O mundo está espantado com a coragem, força e invencibilidade do exército ucraniano”, afirmou Kuleba, que atirou que o mito do exército russo “invencível e todo-poderoso já está a desmoronar” e que os russos “não conseguiram alcançar os seus objetivos estratégicos”.

“A recado do povo ucraniano é simples: russos, vão para casa! Estão em terra alheia, onde ninguém precisa de vocês, nem vos vai receber com flores”, completou.

O ministro dirigiu também uma palavra para a NATO, cuja decisão de não encerrar o espaço aéreo é “frustrante” e “vai levar a que mais civis morram”. Kuleba apelou também à comunidade internacional para garantir a segurança das centrais nucleares ucranianas, dois dias depois do ataque à maior central da Europa, a de Zaporizhzhia.

Kuleba adiantou ainda que não vê "grande progresso" nas negociações de paz com a Rússia, apesar de salientar que o diálogo "tem de continuar", e disse que espera que a China comunique à Rússia que a guerra vai contra os interesses chineses. O ministro pediu também à Índia que se manifestasse contra o conflito “a bem da sua segurança alimentar”.

Esta sexta-feira, um dos membros da equipa de negociações da Ucrânia, David Arakhamia, anunciou no Facebook a realização de novas conversações com a Rússia, que decorrerão na próxima segunda-feira. Será a terceira ronda de negociações, após duas tentativas falhadas de pôr termo à invasão russa.

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