Campanha publicitária apresentava manequins com membros em falta e modelos fotografadas em cenários de destruição. Empresa espanhola garante que a coleção “Atelier” foi concebida em julho e as fotos foram tiradas em setembro, antes dos ataques terroristas do Hamas a Israel, a 7 de outubro
Depois de na segunda-feira ter retirado a campanha, esta terça-feira a conhecida marca de roupa Zara reagiu às críticas de que estava a desvalorizar o sofrimento das pessoas em Gaza em prol de benefício económico. A marca espanhola detida pelo gigante de moda Inditex lamenta o “mal-entendido” gerado pela campanha fotográfica que motivou o boicote de ativistas pró-Palestina, noticia a Reuters.
“Alguns consumidores sentiram-se ofendidos por estas imagens que já foram removidas”, explica a Zara.
Zara is getting the Starbucks treatment 👏 pic.twitter.com/cM2gDW65Kr
— FREE PALESTINE (@missfalsteenia) December 11, 2023
A Zara retirou na segunda-feira uma campanha publicitária que apresentava manequins com membros em falta e modelos fotografadas em cenários de destruição, depois das reações menos positivas que recebeu nas redes sociais: a marca foi acusada de gozar com o verdadeiro cenário de guerra que é a Faixa de Gaza e de desvalorizar o sofrimento que os palestinianos estão a enfrentar.
As imagens integravam a campanha Zara Atelier Collection 04_The Jacket e foram lançadas nas várias redes sociais da marca e em algumas lojas do grupo. Mostram a modelo norte-americana Kristen McMenamy no que parece ser uma sala destruída ou uma casa em ruínas, com entulho como cenário, manequins partidos e estátuas cobertas de plástico. Entre as fotografias da campanha também se viam estátuas envoltas em branco, semelhantes a cadáveres.
Zara is absolutely disgusting for this campaign & after they already had a lead designer say Anti-Palestinian remarks before. Those images of Palestinians holding their family in white clothe being mocked like this is beyond hateful. They deserve to fail. pic.twitter.com/GBuf3fhUA4
— I appreciate you. (@DeeLaSheeArt) December 12, 2023
A Zara disse no lançamento da coleção, na passada quinta-feira, que ela foi inspirada na alfaiataria masculina de séculos passados.
Todas essas imagens terão sido retiradas "como parte do procedimento normal de atualização de conteúdo" disse a Inditex, dona da Zara, segundo a Reuters.
Boycott protest outside Zara showroom after making fun of Palestinians.#Gaza #Zara #ZaraBoycott #ابو_عبيدة pic.twitter.com/LTfOyiXcKr
— The Muslim (@TheMuslim786) December 12, 2023
A conta de Zara no Instagram foi invadida por dezenas de milhares de comentários críticos, muitos com bandeiras palestinianas, enquanto “#BoycottZara” se tornou tendência na rede social X (antigo Twitter).
A empresa espanhola garantiu ainda que a coleção “Atelier” foi concebida em julho e as fotos foram tiradas em setembro, antes dos ataques terroristas do Hamas a Israel, a 7 de outubro.