Macron pede a Israel para "parar de matar mulheres e crianças" na Faixa de Gaza

CNN Portugal , PF; artigo atualizado às 23:03
10 nov 2023, 21:29
Emmanuel Macron e Benjamin Netanyahu (AP)

"Hoje, os civis estão a ser bombardeados - de facto. Estes bebés, estas mulheres, estes idosos são bombardeados e mortos. Não há razão para isso e não há legitimidade. Por isso, exortamos Israel a parar", afirmou o líder francês

Numa entrevista à BBC, publicada esta sexta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron pediu ao governo israelita para "parar de matar mulheres e crianças" na Faixa de Gaza.

"Hoje, os civis estão a ser bombardeados - de facto. Estes bebés, estas mulheres, estes idosos são bombardeados e mortos. Não há razão para isso e não há legitimidade. Por isso, exortamos Israel a parar", afirmou o líder francês, no Eliseu.

De acordo com os dados das autoridades de saúde daquele território palestiniano, mais de 11 mil pessoas morreram na sequência dos bombardeamentos israelitas, iniciados após o ataque do Hamas de 7 de outubro.

Considerando não lhe competir julgar se o direito internacional está a ser violado, Macron afirmou que deseja que os principais líderes internacionais, como Joe Biden e Rishi Sunak, se juntem a ele nos pedidos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

“Todos os que estiveram na conferência em Paris [sobre a ajuda humanitária em Gaza] concluíram que não há outra solução que não seja, primeiro, uma pausa humanitária, passando a um cessar-fogo, que nos permitirá proteger (…) todos os civis que não têm nada a ver com os terroristas", frisou o presidente francês, que também reiterou a sua condenação às ações “terroristas” do Hamas.

"Partilhamos a dor [de Israel]. E partilhamos a sua vontade de se livrarem do terrorismo. Sabemos o que significa o terrorismo em França", referiu.

No entanto, para Emmanuel Macron, é importante que Israel reconheça que “todas as vidas importam”.

"É extremamente importante para todos nós, devido aos nossos princípios, porque somos democracias. É importante para o médio e longo prazo, bem como para a segurança de Israel, reconhecer que todas as vidas são importantes", pediu, mencionando também que os “grandes bombardeamentos” estão a criar “ressentimento” em Gaza e não são a melhor forma de Israel se proteger.

Em resposta, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pediu para que não se condenasse Israel, mas sim o Hamas.

"Enquanto Israel faz tudo para não ferir os civis e apela a que abandonem as zonas de combate, o Hamas-ISIS faz tudo para os impedir de sair para zonas seguras e utiliza-os como escudos humanos", pode ler-se num comunicado emitido esta sexta-feira, citado pelo jornal The Times of Israel.

"O Hamas está a manter cruelmente os nossos reféns - mulheres, crianças e idosos - num crime contra a Humanidade. Estes crimes que o Hamas-ISIS está a cometer hoje em Gaza, serão cometidos amanhã em Paris, Nova Iorque e em todo o mundo. Os líderes mundiais devem condenar o Hamas-ISIS e não Israel", completou Netanyahu.

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