Guterres diz que há algo "claramente errado" com a intervenção israelita em Gaza

CNN Portugal , MJC
9 nov 2023, 08:39
António Guterres, secretário-geral da ONU. (Hadi Mizban/ AP)

O secretário-geral da ONU afirma que o número de crianças mortas em Gaza é bastante superior ao que costuma acontecer noutros conflitos, o que signigica que "há algo claramente errado na forma como as operações militares estão a ser feitas"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que há algo "claramente errado" com a intervenção israelita em Gaza, designadamente no que diz respeito ao número de crianças mortas, que serão cerca de 40% das 10.569 pessoas alegadamente mortas pelos bombardeamentos das IDF.

"Todos os anos, o maior número de assassinatos de crianças por qualquer dos atores em todos os conflitos a que assistimos é, no máximo, de centenas", afirmou António Guterres no evento Reuters NEXT. Em poucos dias, em Gaza, há milhares e milhares de crianças mortas, o que significa que há algo claramente errado na forma como as operações militares estão a ser feitas".

"É também importante fazer Israel compreender que é contra os interesses de Israel ver todos os dias a terrível imagem das dramáticas necessidades humanitárias do povo palestiniano. Isso não ajuda Israel em relação à opinião pública mundial", completou o português.

O líder das Nações Unidas tem feito nas últimas semanas apelos por um cessar-fogo humanitário na guerra de Israel e do Hamas que transformou a Faixa de Gaza "um cemitério de crianças" palestinianas, segundo as suas palavras. Declarações como esta têm desencadeado críticas de Israel a Guterres, com o Governo de Telavive a pedir a sua demissão do cargo de secretário-geral da ONU por considerar que está a justificar e a defender as ações do Hamas, um grupo considerado terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

No seu mais recente discurso na ONU, na segunda-feira, Guterres afirmou que enquanto o exército israelita “continua a bombardear e a espancar civis, hospitais, campos de refugiados, mesquitas, igrejas e edifícios da ONU”, o Hamas “usa civis como escudos humanos”. Para Guterres, o caminho a seguir é “um cessar-fogo humanitário” e todas as partes estão a cometer violações do direito internacional humanitário.

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