Na sua primeira declaração pública após a morte de Hassan Nasrallah, o secretário-geral-adjunto do Hezbollah, Naim Qassem, pede "paciência", mas garante que o Hezbollah está pronto para derrubar Israel
O secretário-geral-adjunto do Hezbollah, Naim Qassem, garante que o grupo vai continuar a lutar e que tem todas as condições para alcançar a vitória contra Israel.
No seu primeiro discurso depois de o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, ter sido morto por um ataque istaelita na sexta-feira, Qassem começou por reconhecer que o grupo perdeu um irmão e um líder quando Israel assassinou Hassan Nasrallah, e deu condolências às famílias de todos os que foram mortos no mesmo ataque.
Qassem acusou as forças israelitas de estarem "a matar e a cometer massacres contra civis no Líbano" com o apoio dos Estados Unidos: “Os EUA são parceiros de Israel, e dão-lhe apoio militar ilimitado – cultural, político e financeiro."
Apesar disso, o Hezbollah não vai recuar: "Estamos prontos se os israelitas fizerem uma incursão terrestre, as forças de resistência estão preparadas para isso. Estamos preparados e prontos. O inimigo israelita não atingirá seus objetivos", disse. "Estamos todos no terreno, apesar da perda de alguns líderes e de Hassan Nasrallah, o alvo principal, e apesar dos ataques agressivos contra todos os civis no Líbano, apesar dos sacrifícios e das ações que visam criar o caos na nossa frente. Nós ficaremos lá. Seremos firmes. Continuaremos a resistência islâmica. Continuaremos a enfrentar o inimigo israelita e a apoiar a Palestina e Gaza e em defesa do nosso povo libanês."
O secretário-geral adjunto do Hezbollah explicou ainda que o grupo vai escolher o seu novo líder "o mais cedo possível, de acordo com o mecanismo em vigor".
Afirmou que o Hezbollah "ama o martírio" e que qualquer outra organização teria entrado em colapso diante dos ataques lançados por Israel, mas o Hezbollah não entrou. Prometeu que o grupo continuará a lutar contra Israel - "a vitória será nossa" e garantiu: "Todos os sacrifícios pelos quais passámos, começando com os pagers, até ao martírio dos nossos líderes e o martírio do nosso secretário-geral... abalariam exércitos, populações e organizações, mas continuamos. Com as dores desses dias, com os sacrifícios, continuamos."
"Sei que o sacrifício é grande para as nossas famílias e os nossos entes queridos. E o inimigo trabalha em duas direções. Uma para atacar as capacidades militares e os líderes da resistência. Outra para atingir as cidades, vilas e civis, para criar uma fenda entre a resistência e o povo", explicou.
No entanto, Qassem está confiante. Sugeriu que o Hezbollah está neste momento a usar "os esforços mínimos" e ameaçou "deixar os israelitas loucos porque eles nunca, jamais, serão capazes de alcançar, atingir e ferir nossas capacidades militares". Terminou o discurso dizendo: "Precisamos de ser pacientes. Precisamos de algum tempo. Mas as ferramentas e equipamentos estão prontos." E concluiu: “Iremos vencer tal como vencemos o confronto com Israel em 2006.”