Hamas liberta duas reféns americano-israelitas por "razões humanitárias"

CNN Portugal , MJC - noticia atualizada às 21:10
20 out 2023, 19:55
Muro com as fotos dos reféns israelitas em Telavive, Israel (AP)

As duas mulheres, mãe filha, foram entregues à Cruz Vermelha

Duas reféns americano-israelitas, detidas pelo Hamas desde  7 de outubro, foram entregues à Cruz Vermelha esta sexta-feira. Trata-se de Judith e Natalie Raanan. As americanas libertadas – uma mãe e a sua filha de 17 anos – são da região de Chicago e visitavam familiares  em Nahal Oz, uma comunidade agrícola no sul de Israel, quando foram levadas, informou o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken.

As duas mulheres já se encontram em segurança em Israel, garantiu Blinken, onde em breve serão recebidas por uma equipa da Embaixada dos EUA.

Elas foram libertadas por “razões humanitárias”, porque a saúde da mãe está debilitada. O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) explicou que facilitou a libertação das duas reféns, transportando-as de Gaza para Israel e comentou que esta libertação dá "um pouco de esperança".  "São urgentemente necessários mais ações deste tipo de ação humanitária para que ainda mais famílias possam ser reunidas. Muitas pessoas ainda esperam desesperadamente por notícias dos seus entes queridos”, diz o comunicado do CICV. A organização também disse estar "pronta para visitar os restantes reféns  e facilitar qualquer libertação futura após um acordo alcançado entre as partes".

Esta libertação será resultado das negociações entre o Qatar e o Hamas que começaram depois do Hamas ter raptado cerca de 200 pessoas na manhã de 7 de outubro: “Em resposta aos esforços do Qatar, as Brigadas Al-Qassam libertaram dois cidadãos americanos (uma mãe e a sua filha) por razões humanitárias e para provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas por Biden e a sua administração fascista são falsas e infundadas”, disse o porta-voz do Hamas, Abu Obaida, em comunicado citado pela CNN.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, agradeceu aos governos do Qatar e de Israel pela parceria para garantir a libertação ds duas reféns americanas, avança a Reuters.

Blinken afirmou que este foi "um primeiro passo" e garantiu que as negociações vão continuar.

A libertação dos reféns poderá ter como objetivo atrasar a entrada terrestre das forças israelitas em Gaza.

O governo dos EUA nunca tinha dito quantos americanos acredita estarem mantidos como reféns. Esta sexta-feira, Blinken afirmou que há pelo menos dez americanos nesta situação. Os EUA atualmente não têm conhecimento de nenhum vídeo de “prova de vida” de cidadãos americanos mantidos como reféns, mas os serviços secretos de Israel acreditam que a maioria dos reféns estão vivos. As autoridades americanas sublinharam há dias o quão desafiante e complexo tem sido o processo de recolha de informações sobre os reféns americanos. 

“Para aqueles que vivem no limbo, esperando desesperadamente para saber o destino de seus entes queridos, especialmente para as famílias dos reféns: vocês não estão sozinhos. Estamos a trabalhar com parceiros em toda a região, procurando por todos os meios trazer para casa aqueles que são mantidos em cativeiro pelo Hamas”, disse Biden em Telavive esta semana. “Não posso falar publicamente sobre todos os detalhes, mas garanto-vos: para mim, como presidente americano, não há maior prioridade do que a libertação e o regresso seguro de todos estes reféns.”

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