Há três portugueses reféns do Hamas (um deles em processo de urgência para ter nacionalidade)

23 out 2023, 18:27
Parede com imagens de reféns levados pelo Hamas (Petros Giannakouris/AP)

Já foi confirmada a morte de nove cidadãos com dupla nacionalidade israelita-portuguesa na sequência do ataque daquele grupo

Há dois cidadãos com nacionalidade portuguesa reféns do Hamas neste momento, de acordo com uma informação dada pela Comunidade Israelita do Porto (CIP) à CNN Portugal. Além destes, um outro cidadão, que está a tentar obter nacionalidade portuguesa, e que o Governo já disse estar a tratar do caso com "máxima rapidez", está também nas mãos do grupo pró-Palestina.

Estes três cidadãos estão entre os 222 reféns confirmados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), sendo que os governos de Estados Unidos e Catar estão a tentar negociar a libertação dos 50 reféns que têm dupla nacionalidade, como é o caso dos portugueses.

A CIP refere que há ainda a confirmação de nove portugueses mortos, sendo que um outro cidadão que estava a tentar obter nacionalidade portuguesa também foi assassinado por combatentes do Hamas.

De acordo com a CIP, os dois cidadãos de nacionalidade portuguesa desaparecidos são Idan Sthivi, de 28 anos, e Moshe Saadyan, de 26 anos. O cidadão que ainda procura a obtenção da nacionalidade portuguesa é Ofer Calderon, de 52 anos. Os três são descendentes de judeus sefarditas, pelo que têm direito à obtenção da nacionalidade portuguesa.

“Cada pedido de nacionalidade portuguesa é um caso individual e está a ser tratado de forma individual e, portanto, não há nenhuma decisão genérica sobre essa matéria, mas é evidente que, atendendo às circunstâncias, há uma grande urgência no processo”, disse o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, sem dar um prazo específico para a conclusão do processo.

Também esta segunda-feira a ministra da Justiça prometeu a “máxima rapidez” na análise do pedido de nacionalidade portuguesa por parte de um israelita refém do movimento islamita palestiniano Hamas, realçando que “situações excecionais merecem decisões excecionais”.

“Situações excecionais merecem decisões excecionais. Nós estamos neste momento a avaliar com a máxima rapidez possível a situação para podermos responder”, afirmou Catarina Sarmento e Castro, quando questionada pela comunicação social sobre o caso em questão, à margem da assinatura de um protocolo com a Cruz Vermelha em Ponta Delgada, nos Açores.

A CIP garante que continua a dar conta de todos os desenvolvimentos à Conservatória dos Registos Centrais, nomeadamente do caso de Ofer Calderon, para que se apresse a obtenção de nacionalidade, uma vez que essa pode ser uma condição para a libertação por parte do Hamas.

“A Comunidade solicitou ao Presidente da República Portuguesa e, por sua via, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para o Estado tudo fazer no sentido de resgatar os referidos cidadãos portugueses e aquele em vias de o ser”, lê-se no comunicado.

“Estamos certos que Portugal está também a fazer o possível, através dos seus canais diplomáticos diretos e indiretos, incluindo o Catar, para que os referidos reféns sejam libertados”, acrescenta.

Além dos três cidadãos raptados e que têm ligações a Portugal, a CIP refere ainda a existência de reféns das seguintes nacionalidades: Estados Unidos (10), Argentina (6), Alemanha (6), Rússia (4), Ucrânia (3), Espanha (2), Reino Unido (2), França (2), Países Baixos (2), Brasil (2), Polónia (1), Azerbaijão (1), África do Sul (1), Canadá (1) e Chile (1).

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