Van Hooijdonk confirma Benfica

21 jun 2000, 23:35

Três anos mais um de opção O holandês que vem do Vitesse fala sobre a transferência para a Luz. Diz que 1,2 milhões de contos não é muito por um ponta-de-lança e que tem características para triunfar em Portugal. Nuno Gomes recebe elogios e Poborsky é apontado como «um jogador de topo» ao lado do qual lhe agrada poder actuar.

AMESTERDÃO - Pierre van Hooijdonk, internacional holandês que representava o Vitesse, confirmou o acordo com o Benfica após o final do França-Holanda de quarta-feira. 

«A divulgação do acordo devia ser feita amanhã (quinta-feira), mas no futebol não há nada que não se saiba. Vocês sabem, resta-me confirmar», afirmou o ponta-de-lança no início de uma conversa com vários jornalistas portugueses que marcaram presença no Arena de Amesterdão. 

Van Hooijdonk assumiu ter um compromisso com o Benfica para os próximos três anos, ficando o clube da Luz com mais um de opção, e disse julgar saber que «há acordo total entre o Benfica e o Vitesse» para a transferência. 

Obviamente, Hooijdonk desconhece quando poderá estar em Lisboa, uma vez que a Holanda continua em prova no Europeu. 

O dianteiro da selecção holandesa deu a saber que já falou com Vale e Azevedo e Preud¿homme, mas confessa que «apesar de conhecer muito bem a carreira de Jupp Heynckes» nunca teve oportunidade de conversar com o futuro treinador. 

O novo avançado «encarnado» revelou que só aceitou sair de novo da Holanda «por se tratar de um clube muito conceituado e ter oferecido boas condições». 

Caso contrário, o avançado, que jogou três anos na Escócia (Celtic) e outros tantos em Inglaterra (Nottingham Forest), planeava terminar a carreira no seu país. 

«Sei que vai haver outros novos jogadores» 

A possibilidade de «representar um grande clube, não só de Portugal como da Europa», encanta decididamente Van Hooijdonk: «Uma oportunidade destas não surge muitas vezes na vida. Tinha de a agarrar. O interesse do Benfica, do qual tenho conhecimento há cerca de dez dias, surgiu ao mesmo tempo que outros, mas a decisão não foi difícil de tomar.» 

Actuar ao lado de «jogadores de topo», entre os quais destaca Poborsky, é outro dos aliciantes que o holandês descobre na aventura em que se prepara para embarcar. 

Nuno Gomes merece-lhe também algumas considerações: «Vi na televisão que o Benfica já tem um excelente avançado. Vamos esperar para ver de que forma poderemos ser utilizados os dois ou se apenas haverá lugar para um.» 

Portugal não é um país desconhecido para Van Hooijdonk. E os conhecimentos do holandês não se cingem ao plano futebolístico: «Sei que existe um clima maravilhoso! Conheço razoavelmente o vosso país, onde se pratica um futebol fantástico. Quanto ao Benfica, sei que não ganha o Campeonato há seis anos, mas está a reconstruir a equipa e até início da época haverá mais novos jogadores.» 

O comportamento da Selecção portuguesa no Europeu não surpreende o novo reforço benfiquista: «Já sabia que havia muita qualidade nessa equipa, até porque muitos dos vossos melhores jogadores actuam no estrangeiro. Nunca deixei de ver Porto, Benfica e Sporting como equipas de primeiro plano europeu, e também há vários jogadores desses clubes. Por isso não me surpreendo com a boa campanha de Portugal.» 

«Não foi verba irrealista» 

A prontidão com que o Vitesse aceitou negociar o passe de Van Hooijdonk não surpreende o jogador, pois segundo ele «o clube está com dificuldades financeiras devido a alguns problemas com o presidente». 

De outra forma, o holandês crê que «seria natural levantarem mais objecções ao negócio». Sobretudo porque se fala do melhor marcador da equipa, com 25 golos apontados na primeira época em Arnhem. 

Quanto ao preço que o Benfica pagou pela aquisição - seis milhões de dólares, qualquer coisa como 1,2 milhões de contos -, Van Hooijdonk não o acha exagerado nem se sente com responsabilidades acrescidas por a verba em causa constituir investimento pouco habitual em Portugal: «Não sinto nenhum peso especial. Prometo empenho total, nada mais. Quanto ao resto, sou um ponta-de-lança e os preços dos pontas-de-lança no mercado estão sempre a subir, pelo que acho que não foi uma verba irrealista.» 

Alto e forte mas não só... 

Sendo um avançado possante, Van Hooijdonk recusa no entanto a ideia de limitar o seu futebol à força: «Quando saí pela primeira vez da Holanda todos diziam que estava mesmo a calhar para o futebol inglês, porque sou alto, forte e jogo bem de cabeça. Mas eu sempre disse que futebol, para mim, não é só isso. Gosto de movimentos rápidos, de combinações colectivas e de toques curtos.» 

Juntando as suas características à vontade, Van Hooijdonk deixa uma convicção clara: «Posso encaixar-me bem no futebol português, qualquer que seja o estilo de jogo da equipa.»

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