«Tínhamos obrigação de ganhar ao Estoril...», reconhece Cajuda

28 nov 2000, 19:23

Técnico do Sp. Braga assume responsabilidades e evita «desculpas fáceis» O treinador dos arsenalistas recorda que esta foi apenas a quarta derrota desde Março e mostra-se confiante: «Não será este resultado a ensombrar a nossa boa época». Em defesa do grupo, Cajuda chama a si a responsabilidade: «Nunca fujo quando perco», recorda.

Manuel Cajuda, treinador do Sp. Braga, abordou esta tarde a derrota sofrida no passado fim-de-semana frente ao Estoril (1-2), que ditou a eliminação da sua equipa na Taça de Portugal: «Assumo por inteiro a defesa do grupo. O Braga tinha obrigação de ganhar o jogo. Não procuro desculpas fáceis porque sou pago para ganhar e se repararem nunca fujo quando perco», afirmou. 

Contudo, o técnico apontou uma razões de peso para o desaire da equipa. «Jogámos sem 60% da equipa que é a habitual titular» e recordou, desdramatizando: «esta é a quarta derrota desde Março e estamos a fazer um excelente campeonato. Não é este mau resultado que vai emsombrar a época». 

Assobiado no final do jogo pelos adeptos, por não ter feito entrar o avançado Fehér numa altura em que a sua equipa estava a perder, o técnico explica que se viu confrontado com algumas limitações. «O que se passou é que apesar do jogador ter sido dado apto tive indicação do médico de que deveria jogar o mínimo tempo possível. Alguns minutos em campo poderiam compromter a recuperação de vários meses e sendo Feher um jogador essencial não podíamos correr esse risco», concluiu. 

Manuel Cajuda frisou que a sua vontade era a de pôr Feher a jogar, mesmo por uma questão disciplinar. É que o avançado húngaro já tem quatro amarelos e poderia provocar deliberadamente o quinto, de forma a cumprir a suspensão no próximo jogo com o F.C. Porto, uma partida em que não vai poder alinhar de qualquer forma, por ser jogador do clube portista cedido a título de empréstimo.  

«Convinha ao Fehér apanhar um amarelo neste jogo para sofrer um castigo no próximo encontro com o F.C. Porto. Contudo ele tinha de jogar o mínimo possível». Essa preocupação levou o técnico a adiar a entrada de Fehér para o último minuto de jogo. Mas o árbitro terminou a partida antes que isso fosse possível. 

Depois de assumir a sua postura habitual perante os fracassos da equipa, Manuel Cajuda fez uma avaliação da sua prestação à frente do Braga. «Sei que as pessoas estão satisfeitas com o meu trabalho. Não estou no clube há seis dias, mas há seis anos». E continuou «no último ano e meio temos feito um excelente trabalho e estou certo de que em Maio deste ano, quando terminar o meu contrato, vou conseguir deixar o Braga com estatuto de pré-europeu». Uma definição que identifica o objectivo já assumido internamente pelo técnico: lutar por um lugar entre os seis primeiros e, eventualmente, por uma presença nas competições europeias. 

Quanto ao próximo embate do Braga já no próximo sábado, frente ao Porto, o técnico bracarense não quis adiantar quais serão as suas opções. Mas uma coisa é certa: sem Odair, lesionado, e sem Ricardo, castigado, não resta grande escolha a Manuel Cajuda se não proceder a grandes alterações na defesa. O nome escolhido para ocupar o lugar de Odair na defesa deverá sair do duo formado por Idalécio ou Andrade.

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