O treinador do F.C. Porto nota melhorias jogo a jogo O treinador do F.C. Porto sabe que para passar a formação azul e branca terá que estar muito melhor do que esteve em Bruxelas, mas manifesta a sua convicção num bom resultado. A receita é simples: marcar mai dois golos que o Anderlehct...
Esperança. Fernando Santos, o treinador do F.C. Porto, conserva toda a confiança numa passagem do seu clube à fase seguinte da Liga dos Campeões.
A derrota pela diferença mínima em Bruxelas é um resultado que permite, na perspectiva do responsável técnico portista, uma recuperação, se bem que Fernando Santos reconheça que tal tarefa exige uma exibição de alto nível.
Na véspera do grande confronto, Fernando Santos fixa o objectivo: «Precisamos de ganhar por dois golos de diferença. Os jogadores sabem disso e tenho a certeza de que vão ser determinados, vão entregar-se por completo ao jogo. O resto não sei... Se seremos capazes de dar a melhor resposta só se saberá no final do jogo»
Ressalvadas as cautelas, Fernando Santos deixa escapar a sua convicção mais íntima: «Acredito profundamente na nossa passagem à fase seguinte».
Muito melhor do que em Bruxelas
Mas para que a reviravolta seja mesmo possível, um dado é previamente adquirido ¿ o Porto tem que estar muito melhor do que esteve em Bruxelas: « Estamos numa fase de melhorias progressivas e, como tal, faz todo o sentido que, jogo a jogo, estejamos cada vez melhor», confirma o treinador portista.
A oposição do adversário reserva alguns perigos ¿ sobretudo no contra-ataque: «O Anderlecht vai tentar surpreender-nos dessa forma. Foi o que fez no jogo em Chipre, na segunda mão da eliminatória com o Famagusta. É uma equipa com um modelo de jogo muito trabalhado, não acredito que vá num só jogo mudar a forma de se apresentar. Nesse sentido, é parecido com os conjuntos alemães. Vêem-se dez jogos e actuam sempre da mesma maneira».
Apesar da diferença tangencial, o facto de o F.C. Porto não ter apontado nenhum golo no jogo fora pode ser um handicap. Fernando Santos nem quer admitir a hipótese de os belgas marcarem nas Antas... «Espero que o Anderlecht não faça golos. Não vamos ser pé-frios e pensar que eles vão marcar. Mas atenção: não é proibido que eles marquem. Vamos é tentar marcar mais dois golos do que eles. O Porto vai jogar para ganhar e, para isso, há que jogar ao ataque, há que explorar as acções ofensivas. Não podemos ter medo que eles marquem»
O dinheiro não é o mais importante
A enorme importância que o jogo de manhã terá para o orçamento da SAD portista é um factor que Fernando Santos não pretende hipervalorizar. Para o treinador do F.C. Porto, há coisas mais importantes: «Fala-se de mais dos aspectos financeiros. Os treinadores e os jogadores não têm que pensar nisso. Esse é um dos problemas do futebol actual. Não faz sentido que o mais importante seja o aspecto financeiro. O espectáculo não pode ficar totalmente condicionado por esse factor. Gostava muito que o Porto passasse, não pela parte financeira, mas pela componente desportiva. Era uma pena que ficássemos de fora, porque temos feito sempre parte do modelo da Liga dos Campeões».
A ausência de Cândido Costa do lote dos escolhidos para esta partida foi um assunto abordado na conferência de Imprensa com Fernando Santos. E o treinador portista fez questão de mostrar o seu desagrado com a forma como essa opção tem sido sublinhada: «Devia pensar-se mais nos que são convocados e não nos que não são. Há que pensar o futebol, não em determinados problemas que são incontornáveis: é impossível que um treinador convoque sempre todos os jogadores. O Cândido Costa não ia ser titular. Pela análise que fiz para este jogo, entendi que outros jogadores seriam mais úteis no banco do que o Cândido Costa».
