P. Ferreira-V. Guimarães, 0-0 (destaques)

17 fev 2002, 19:04

Um herói chamado Palatsi Palatsi em grande. Teve nota cinco, a máxima na escala do Maisfutebol. Defendeu uma grande penalidade nos últimos minutos e ofereceu um ponto ao V. Guimarães.

Mauro em força

Uma das figuras do Paços de Ferreira. Mauro tem técnica, tem força e apareceu em campo disposto a resolver o jogo bastante cedo. Surgiu rematador, a fazer muitas vezes aquilo que os colegas tinham dificuldade em colocar na prática. Bons passes, excelentes pontapés. Deu dinâmica, ritmo ao desafio, mas acabou o jogo com a palavra azar coloca das costas. Podia ter feito um golo, na primeira parte, mas Abel salvou a bola em cima da linha de golo.

Zé Nando em jeito

Está a viver bom momento de forma. Sobe e desce no flanco esquerdo como quem folheia um livro fino. Atrevido na prática, mas disciplinado, a saber interpretar na íntegra a mensagem do treinador. Ou seja, Zé Nando foi claramente o defesa mais ofensivo do Paços de Ferreira, a criar desequilíbrios, porém com grande sentido defensivo. Teve pela frente Fangueiro e nunca se deixou intimidar com o adversário. Quando teve de ajustar contas com Romeu encolheu os ombros. Em suma, muito bem.

Herói Palatsi

Os guarda-redes parecem estar na moda. São eles que decidem os jogos, são eles que ganham o estatuto de estrelas nas equipas. Agora, foi a fez de Palatsi brilhar. Um brilho intenso numa formação muitas vezes desnorteada na segunda parte. Se o Vitória de Guimarães conquistou um ponto muito o deve ao francês. Defendeu uma grande penalidade perto do apito final do jogo, num voo elástico para o seu lado esquerdo, levando o brasileiro Leonardo ao desespero. Brilhante, sem dúvida, apesar de não ter tido muito trabalho.

Leonardo

Esteve no melhor e no pior do jogo. Foi bem marcado por Cléber e teve de deambular para os flancos para ganhar espaço. Só assim podia progredir para a baliza. Às vezes, recuou. Apesar de preso, teve algumas das melhores oportunidades do desafio, porém os ferros da baliza negaram-lhe o golo. Dois remates à barra - um de cabeça; outro com o pé direito - pintaram a negro a finalização do brasileiro. Mas o pior ainda estava para vir, quando permitiu a defesa de Palatsi na sequência de uma grande penalidade. Perto do apito final. Ninguém queria acreditar.

Pilares Abel e Cléber

Dois defesas com missões diferentes. Abel subiu, bateu-se bem com Zé Nando, teve algumas jogadas interessantes no flanco direito, dando aquilo que melhor sabe: nervo e inteligência. Mas a razão deste destaque vai direitinha para um corte magnífico, sobre a linha de golo, a roubar os festejos a Mauro. Lesionou-se no lance, mas voltou ao relvado para reforçar a sua prestação eficaz na segunda parte. Depois, Cléber, um central experiente, seguro e determinado. Foi importante na marcação a Leonardo. Tão importante que deu pouco espaço ao brasileiro, porque encurtou bem o seu raio de acção.

Público a dar espectáculo...

Assim, vale a pena ir ao estádio. Bancadas repletas de adeptos famintos para presenciarem um espectáculo entre duas equipas rivais por natureza geográfica. O Estádio da Mata real esteve praticamente cheio, parecia um ovo com cerca de cinco mil espectadores, todos eles a vibrar sempre que as fintas eram divinas, sempre que os remates levavam selo do golo. Assobiou-se, gritou-se e bateu-se palmas. Parecia um jogo da liga inglesa. Mas não era. Disputou-se em Portugal, em Paços de Ferreira.

... mas também a dar o mau exemplo

Pois é. No melhor pano cai a nódoa. O público estava a ter um comportamento exemplar, magnífico, mas na recta final do encontro, os adeptos do Vitória de Guimarães perderam a cabeça. Reagiram mal à decisão de Paulo Paraty, quando o árbitro do Porto assinalou grande penalidade (no mínimo polémica), sobre um possível derrube de Rogério Matias sobre Carlos Carneiro. Todos perderam a cabeça. Atiraram objectos para o relvado. Garrafas de plástico e também cadeiras. Enfim, uma atitude lamentável.

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