Fut.Benfica-P.Ferreira, 0-1 (crónica)

26 nov 2000, 19:14

O golo na altura mais improvável Nove belas ocasiões de golo para o Paços de Ferreira na primeira parte, três outras para o Futebol Benfica, 0-0 ao intervalo. O golo só apareceu no último minuto, quando já ninguém esperava e pouco se fazia por isso.

Foi um golo improvável, que parecia poder acontecer em todas as alturas menos aquela. O Paços de Ferreira teve remates na pequena área desperdiçados, teve remates de fora da área negados pelo guarda-redes do Futebol Benfica, teve centros que saíam dirigidos à baliza mas que Paulo Silva defendia, teve cabeceamentos e tiros afastados providencialmente por defesas, mas golos nada. 

E finalmente, aos 90 minutos do jogo no campo do Futebol Benfica, teve a sorte e a arte que lhe faltaram nos outros 89. A sorte de um dos poucos erros da defensiva da casa (um corte incompleto) deixar a bola nos pés de Zé Manel, a arte do extremo-direito em acertar com a baliza adversária, num grande pontapé que não deu quaisquer hipóteses de defesa a Paulo Silva. 

O sonho do Futebol Benfica, da III Divisão, de seguir em frente na Taça de Portugal esfumava-se assim, numa altura em que o domínio territorial do Paços de Ferreira já não se traduzia em oportunidades de golo e em que os pacenses jogavam apenas com 10 elementos, depois da expulsão de Chico Fonseca. 

O jogo começou muito movimentado e bem jogado, apesar de um relvado em muito mau estado, pesado, apesar de não chover, e com várias clareiras de lama. Isso não impediu, no entanto, o Paços de Ferreira de assumir o ataque e fazer o seu jogo. A equipa visitante, apesar da ausência de vários titulares - Marco Paulo, Glauber, Zé Nando, Rafael e Adalberto, e ainda Pedro e Paulo Vida no banco -, praticava o futebol do costume, apoiado, fazendo circular a bola, embora com as dificuldades inerentes ao estado do terreno. 

Everaldo era o grande dinamizador do ataque visitante, criando a maior parte das ocasiões de golo. E tantas foram elas na primeira parte. João Armando (duas vezes), Everaldo (duas vezes), Leonardo (outras duas), Chico Fonseca, Alfredo Bóia e Formoso estiveram perto de marcar antes do intervalo. Em algumas dessas oportunidades falharam, noutras o guarda-redes do Futebol Benfica respondeu bem e o golo do Paços, que parecia inevitável, acabou por ficar adiado. 

Justiça ao Futebol Benfica, que respondeu muito bem. Apesar de dominada, a equipa da III Divisão procurou ajustar as marcações da melhor forma, privilegiando a defesa mas não abdicando do ataque. E dispôs de três belas oportunidades, para além de um lance em que a bola chegou à baliza mas invalidado por fora-de-jogo de Semedo II, que saltou à bola mas não lhe tocou. 

O mesmo Semedo II quase marcou por duas vezes, quando se apanhou em frente a Pinho. No primeiro lance ainda conseguiu desviar a bola do guarda-redes do Paços de Ferreira, mas o remate saiu ao lado, no segundo foi surpreendido com a decisão do guardião, que saiu da área e conseguiu desviar o remate com o pé. Parreira, em boa posição, esteve também em condições de repetir o feito do jogo com o Santa Clara - um golo seu permitiu aos lisboetas seguir em frente na Taça - mas desta vez atirou a bola para as mãos do guarda-redes adversário. 

No segundo tempo o jogo perdeu interesse, apesar de o Paços de Ferreira ter entrado ainda ao ataque, com duas ocasiões de golo para Beto. Mota apostou no ataque mas a entrada de Paulo Vida revelou-se pouco eficaz, apesar de o avançado ter trabalhado muito bem. Só que o Futebol Benfica respondeu e fez entrar mais um central, de forma a manter o equilíbrio de forças. O Paços perdia o gás, o Futebol Benfica já só defendia, tudo se preparava para mais meia-hora de futebol quando Zé Manel, enfim resolveu o encontro.

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