Alverca-Paços de Ferreira, 1-1 (crónica)

21 dez 2000, 21:57

Tudo para decidir mais tarde O Alverca quis muito, mas esteve quase a não poder, perante uma equipa efectivamente boa que mesmo com dez soube ir atrás do empate e podia mesmo ter ganho. Acabou 1-1, salvaram-se sobretudo os dois grandes golos.

Músculo de um lado, arte do outro, dois grandes golos e uma eliminatória para decidir mais tarde. Ainda que de forma algo simplista, pode resumir-se assim o encontro da Taça de Portugal entre Alverca e Paços de Ferreira que se disputou hoje (quinta-feira) no Ribatejo e terminou empatado a uma bola, com o consequente adiamento da decisão para a capital do móvel. 

O Alverca entrou mais rápido no jogo, mas o efeito teve pouca duração e depressa o Paços de Ferreira impôs o seu futebol rendilhado, incrivelmente capaz de se adaptar a qualquer tipo de terreno, por mais que chova como hoje sucedeu. 

Com uma oportunidade aqui e outra ali - obriga o bom senso a dizer que nada de transcendente - o equilíbrio que marcou a primeira parte só foi quebrado de bola parada. Tito, defesa-esquerdo alverquense, tirou as medidas à baliza do Paços e num livre directo encaixou a bola no ângulo superior esquerdo. 

Os donos da casa não tinham feito muito por isso e a vantagem tinha o seu ligeiro sabor a injustiça. Em cima do apito para intervalo, contudo, as coisas pareciam compor-se para o Alverca: Glauber, trinco do Paços, precipitou-se ao cometer uma segunda falta que justificava amarelo e foi expulso. De onze contra dez e à frente no marcador, ninguém diria que os visitados não iriam ser capazes de gerir o segundo tempo. 

Não foram, de facto, e se nestas coisas há sempre um quê de culpa própria, a veerdade é que o grande mérito pertenceu ao Paços de Ferreira. Sem o trinco original, José Mota não se atrapalhou e entregou a condução do meio-campo aos dois artistas maiores do Paços, Marco Paulo e Rafael. Eles, bons jogadores que são, assumiram o papel sem problemas e tiveram nos companheiros o conforto dos mecanismos bem oleados para poder partir em busca do empate. 

Sempre a tentar jogar à flor da relva, mesmo numa parte do terreno que era mais pântano, tanta era a água, o Paços de Ferreira acabou por conseguir o que fizera por merecer e o Alverca, apático e inconsequente nas saídas para a frente, consentira. Marco Paulo viu sobrar a bola de uma confusão na área ribatejana e aplicou-lhe um remate certeiro com o pé direito. 

Até final da partida os homens da capital do móvel ainda podiam ter resolvido, num lance desaproveitado por Leonardo, que não chegou a tempo de emendar um remate de Paulo Vida. A ter acontecido o golo não poderia falar-se em injustiça, mas o querer dos homens da casa, ainda que muitas vezes sem poder, também não justificava tamanho castigo. Estava correcta, portanto, a ida para prolongamento. 

No tempo-extra houve ascendente do Alverca, muito por força da quebra física do Paços, natural numa equipa que andara 45 minutos a compensar a falta de um homem. 

José António esteve muito perto de dar a vitória aos ribatejanos, mas o guarda-redes Pedro respondeu presente ao cabeceamento. 

Contas feitas, parece justo o empate. A haver um vencedor, e porque é sempre bom ver jogar bem futebol, teria que ter sido o Paços de Ferreira.

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