«Hoje estamos numa de paz», garante Pimenta Machado

14 ago 2000, 21:15

Sócios vimaranenses assistiram ao acordo entre Guimarães e Benfica Sorrisos e trocas de elogios no acordo entre Guimarães e Benfica, com Pimenta Machado a lembrar que ainda não ultrapassou a desilusão que Fernando Meira lhe provocou. Há coisas que o dinheiro não paga...

Os sócios espreitavam do lado de fora da porta e pediam para ver o dinheiro que José Capristano e Cândido Gouveia asseguraram para que Fernando Meira seja jogador do Benfica. Pimenta Machado ria e concedia-lhes o prazer de assistir à assinatura do acordo. «Podem entrar todos. Nós hoje estamos numa de paz!». A invasão foi imediata e nem a ausência de um cheque para amostra fez desmobilizar os associados vimaranenses. Era mais uma vitória do presidente que idolatram. 
 

«Vamos lá assinar», sugeria Pimenta Machado, apressando um desfecho discutido ontem na Luz e ultimado ao cabo de uma hora de conversações no complexo desportivo dos vimaranenses. «O caso Meira teve muitos zigue-zagues, mas chegou finalmente a um desfecho feliz. Enquanto foi o doutor Vale e Azevedo a gerir o processo, assistiu-se uma espécie de marcha-atrás, mas quando surgiram estas duas ilustres personalidades tudo se resolveu em dois ou três». 

Capristano e Gouveia encaixavam o elogio com um sorriso que permaneceria imutável mesmo depois de Pimenta assegurar que «hoje não seria possível Vale e Azevedo estar presente em Guimarães». «Neste momento», prosseguia o presidente do Vitória, «devemos apenas enaltecer a postura do vice-presidente e do presidente do Conselho Fiscal do Benfica, que se sacrificaram pelo seu benfiquismo, numa altura em que há muitos dirigentes a aproveitar-se do futebol». 

O apaziguamento das tensões com o Benfica, todavia, não limparam a (má) imagem que o jogador deixou no clube. «É evidente que o Fernando Meira foi altamente ingrato. Talvez tenha sido mal aconselhado até encontrar um empresário que o soube orientar». Pimenta Machado erguia o dedo indicador e dirigia-o para Paulo Brito, atribuindo-lhe um papel de relevo na resolução deste caso. Os ressentimentos ainda se mantêm, mas o presidente do Vitória não esconde que tendem a esbater-se. Mesmo em relação a Vale e Azevedo. «Não devemos ser alimentados pelo rancor», defende. 

Números sem confirmação 

«Não seria elegante divulgar os números envolvidos, mas posso garantir que os cofres do clube receberam aquilo que nos parece justo». Pimenta Machado deixava ao critério da representação benfiquista a confirmação pública dos valores do negócio, garantindo ainda assim que o Guimarães terá perdido dinheiro. «Ainda há cerca de três dias recebi um proposta superior em cerca de 100 mil contos, mas já tinha vinculado a minha palavra ao Benfica». Uma intromissão do F.C. Porto? «Não confirmo nem desminto», dispararia num tom lacónico. 

José Capristano não terminaria com a curiosidade dos presentes. «Os valores só interessam às duas instituições», frisou, limitando-se a revelar que esteve sempre «esperançado» num acordo. «Era necessária a boa fé das pessoas e foi isso que surgiu nos dois clubes. Não se trata de um triunfo pessoal. É uma vitória do desporto português».

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