Abel Xavier: «Ainda estou disponível para a selecção»

30 ago 2002, 12:35

Defesa triste com exclusão do Inglaterra-Portugal Fora do Inglaterra-Portugal, o defesa fala da exclusão com tristeza e alguma ironia

Abel Xavier diz estar triste por não ter sido convocado para a selecção nacional, mas garante respeitar a decisão de Agostinho Oliveira e mostra-se disponível para a equipa das quinas. O defesa do Liverpool, que foi o único jogador presente no Mundial não convocado para o Inglaterra-Portugal entre os que estão disponíveis, opta por um discurso de conciliação, depois de ontem ter remetido para hoje uma tomada de posição.

«Estou triste por não estar convocado, mas respeito as decisões do senhor Agostinho Oliveira, garantindo a minha total disponibilidade para representar a selecção nacional», afirmou Abel Xavier ao Maisfutebol.

A sensação de tristeza, explica, é acentuada pelo facto de o jogo acontecer em Inglaterra, o país onde joga, e frente a jogadores que conhece bem. «Fico mais triste por ser no país onde desempenho a minha profissão. Penso que isto é compreensível da parte de qualquer jogador, muito mais porque os atacantes que Portugal vai defrontar são meus colegas de trabalho.»

«Ouvi as justificações do seleccionador, mas não necessitava dá-las, porque penso que me conhecem o suficiente para saber que respeito qualquer tipo de decisão de treinadores», afirmou ainda Abel Xavier, comentando as declarações de Agostinho Oliveira, que justificou a ausência do lateral com o objectivo de implementar um sistema de três centrais na selecção.

Abel Xavier comenta ainda com alguma ironia a hipótese de a sua saída ter a ver com a necessidade de renovação da selecção, tendo em conta que o ciclo agora iniciado tem em vista o Euro-2004, daqui por dois anos. «Se estamos num princípio de renovação, a única coisa que posso compreender é que fui o único que sai dessa renovação. Fui o único jogador que saí», observa, lembrando o grupo de 23 que esteve no Mundial. «Mas eu só posso controlar a minha atitude, o meu empenho, não posso controlar questões de convocação», conclui.

«Espero que não haja outro tipo de situações»

O jogador recusa-se de resto a admitir que a sua exclusão possa estar ligada a declarações que proferiu, queixando-se de falta de apoio no processo da sua suspensão após a meia-final do Euro-2000 e nos conselhospara que a FPF resistisse a pressões na escolha do seleccionador: «Nem sequer quero pensar numa situação dessas, porque todas as declarações que proferi foram no sentido de melhorar. A opinião é livre. Como jogador que estou há algum tempo lá fora, entendi que devia fazer algumas declarações, mas nunca de maneira crítica. Espero que não haja outro tipo de situações que não desportivas.»

A terminar, o jogador garante que não pensa em abandonar a selecção. «Em nenhum momento equacionei alguma medida de renúncia, porque continuo a sentir a mesma paixão pela selecção e a mesma vontade de dar o meu contributo», garante. Fica, por isso, à espera da próxima convocatória.

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