Projecto inovador já deu primeiros frutos A Associação de Futebol de Lisboa tem ao seu dispor os primeiros 16 juízes formados com auxílio da internet. Uma ideia inovadora.
Vítor Pereira está a liderar um projecto que permite aos candidatos a árbitros aprender via web, dispensando a presença na maior parte das aulas de formação dos cursos tradicionais. A primeira experiência terminou esta semana e decorreu no âmbito da Associação de Futebol de Lisboa.
A ideia é pioneira. Em Portugal e, provavelmente, no resto do Mundo, onde não existe registo de uma iniciativa semelhante. O projecto de colocar os árbitros a aprender pela net foi levado à prática por Vítor Pereira e João Paulo Aragão Pina, árbitro da 3ª categoria nacional, e contou com a intervenção da PT Inovação.
A iniciativa visava todos os que tinham vontade de ser árbitros mas não a possibilidade de frequentar as aulas. Foi testado durante uma acção da Associação de Futebol de Lisboa e, segundo Vítor Pereira, «os resultados excederam as expectativas». Mas como funcionava?
16 web-juízes à disposição da AFL
Quem se inscreveu neste curso de formação inicial foi confrontado com duas opções: frequentar todas as sessões ou realizá-lo via web. Dos 34 inscritos, 16 escolheram esta saída. Depois da primeira aula, recebiam um manual e um cd-rom com carácter pedagógico. Aprendiam também como aceder à página onde encontrariam as «lições».
Estiveram em estudo as primeiras três das 17 leis do jogo. Os formandos tiveram ao seu dispor o apoio de um técnico que prestava esclarecimentos informáticos e um formador que tirava dúvidas relacionadas com a matéria. Os alunos estudavam em casa, faziam o seu trabalho em frente ao computador e só apareciam nas sessões de avaliação, onde eram submetidos aos mesmos exames dos colegas que frequentaram a acção de forma tradicional.
Entre os formandos web os resultados foram muito bons, chegando a haver avaliações de 100 por cento, sendo o mínimo 94 por cento. Agora que a acção terminou, estão prontos a entrar nas competições da AFL os primeiros 16 juízes com formação via net.
E agora? Vítor Pereira diz que esta forma de aprender ficou testada, resta saber o que pretendem os responsáveis fazer. «Este projecto deve ter um âmbito nacional, pois, em meu entender, devemos fazer tudo para cativar as pessoas que se nos dirigem com vontade de entrar na arbitragem», sustenta o mais representativo árbitro português.
O único juiz nacional que estará no Mundial-2002 coloca o futuro desta forma de aprender «nas mãos da Federação». Só a FPF tem «capacidade para levar esta experiência às outras associações do país». Num tempo em que cada vez ecistem menos jovens com vontade de andar de apito na boca pelos campos, todas as boas ideias podem ajudar.
