Adhemar (Estugarda) queixa-se que ninguém o convida para tomar café

25 mai 2001, 09:43

Avançado brasileiro aborda preconceitos dos alemães

Adhemar, antigo avançado do São Caetano que actualmente joga no Estugarda, na Alemanha, revelou esta quinta-feira que já sentiu na pele o preconceito dos alemães em relação aos jogadores estrangeiros. 

«Houve um jogo em que marquei três golos e quando cheguei ao balneário estava um ambiente de velório. Os meus colegas estavam a olhar-me com uma cara feia e eu fiquei sem entender nada. Só depois de falar com o Bordon (defesa-central do Estugarda) é que percebi, pois ele disse-me que os jogadores alemães não gostam que um estrangeiro tenha sucesso, porque pensam que lhes estamos a roubar o lugar», revelou o atacante brasileiro. 

O melhor marcador do São Caetano, na época passada, revela ainda que a sua chegada à Alemanha teve também outras situações fora do normal.  

Adhemar contou que após dois ou três dias na cidade alemã recebeu uma advertência por causa do ruído que o seu filho estava a fazer. «Recebi uma carta que dizia para o meu filho parar de jogar à bola depois das dez da noite. Mas o que é que eu podia fazer se para nós, devido ao fuso horário, eram para aí sete da tarde», afirmou o avançado, criticando a falta de «calor humano» na Alemanha. 

«Lá ninguém te convida para tomar café. Tem de ser tudo bem marcado, com horário e tudo», acrescentou Adhemar.

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