Clube dinamarquês recusa contratar jogadores negros

23 jan 2001, 16:36

«Não se adaptam ao nosso futebol», diz treinador

O Farum BK, da primeira divisão dinamarquesa (correspondente à II Liga), decidiu não contratar jogadores negros, argumentando que não é por razões racistas mas sim por motivos «futebolísticos». 

Em entrevista ao jornal Berlingske Tidende, o treinador Christian Anderson disse que «há constantemente empresários a propor jogadores da África do Sul ou da América do Sul que o clube não quer».  

«Estes jogadores vêm de uma cultura futebolística completamente diferente e nós não estamos preparados para os acolher e integrar», declarou o treinador do Farum. «Não é uma questão de racismo. Um jogador africano de 20 anos não tem uma percepção futebolística que lhe permita actuar no futebol dinamarquês», sublinhou Anderson.  

O futebol dinamarquês tem sido assolado por ataques racistas a jogadores, tal como tem sucedido também em Itália. O ganês Godwin Attram, do Silkeborg, foi atacado em Maio, dentro do autocarro da equipa, por adeptos do Aarhus que faziam parte do grupo neo-nazi Orgulho Branco. A claque South-side, do Brondby, foi proibida de entrar no estádio depois de protestos contra a contratação de estrangeiros. 

No entanto, também há histórias de sucesso. O defesa nigeriano Uche Ogechukwu fez uma grande campanha precisamente no Brondby e o seu compatriota Abdul Sule está neste momento no Academisk, tendo assinado pelo clube depois de Anderson ter sido dispensado.

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