Moreirense: a história saída de um livro de contos

29 abr 2002, 17:29

Garantiu a subida à I Liga Uma equipa formada por jovens prodígios do V. Guimarães chega à I Liga. Saiba porquê.

No início da época, ninguém dava nada ao Moreirense. Muitos pensavam ser o bobo da corte da II Liga, mas acabou por ser a equipa sensação, ao bater o pé aos ditos favoritos, a formações com outros pergaminhos e com um orçamento três, quatro vezes superior. Esta história de sucesso é praticamente saída de um livro de conto de fadas. Por magia, encaixa-se na realidade. Aconteceu. É verdade. E a formação da pacata Vila de Moreira de Cónegos, do concelho de Guimarães, acabou por ser o primeiro clube a carimbar o acesso à divisão maior do futebol português.

No defeso, a maioria dos entendidos apontava a equipa de Manuel Machado como a grande candidata à descida, depois de ter vencido a Zona Norte da II Divisão B na época anterior. Erro crasso. O investimento a rondar os 100 mil contos e um grupo de trabalho marcado pelos verdes anos de alguns jogadores não seria sinal de grande sucesso. Puro engano. A meta da permanência, traçada logo no início, superou as expectativas e à 20.ª jornada os primeiros lugares já eram uma realidade. O epíteto de outsider passou a ser uma palavra corrente nos meios futebolísticos. Nasceu outro respeito, naturalmente.

A base humana do Moreirense é constituída por jovens, todos eles ambiciosos e com bases assentes nas escolas de formação do V. Guimarães. A maioria passou pelo o emblema de Pimenta Machado, mas acabou por sair pela porta do fundo, com o selo da dispensa às costas ou com o ensejo de jogar com maior assiduidade, mesmo num escalão inferior. São alguns nestas condições - Bertinho, Primo, Armando, Armando Evangelista, Artur Jorge, Flávio, Kipulo (internacional português), João Duarte, Peixoto, Orlando, Alex e Sérgio. A estes nomes, surgiram outros com experiência e conferiram um grupo coeso, como Lim (brilhou há alguns anos no Gil Vicente), Zacarias (com passagens pelo Varzim e pelo Penafiel) e Miguel Simão (Salgueiros).

Não foi preciso muito para o sucesso ser uma realidade. E com um plantel maioritariamente constituído por jogadores nascidos no concelho de Guimarães, nada mais nada menos, do que quinze atletas e quase todos adquiridos a custo zero, com talento e ao mesmo tempo cheios de raiva por terem sido dispensados do emblema que os projectou. Praticamente, não há vedetas, nem ninguém que se distinga mais do que os outros. A articulação é a nota dominante, numa equipa que funciona como um todo dentro do campo. Sempre à procura do melhor resultado. Agora, a farejar o sucesso, pela primeira vez na sua história na I Liga.

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