Morales e Nuñez: uruguaios, redundantes e optimistas

21 ago 2001, 21:10

Onde nasce o «veneno» do Grasshopper Um é extremo-direito, o outro é extremo-esquerdo. Concordam em quase tudo, que o jogo será difícil e que, com um pouco de sorte, a Liga dos Campeões acaba já amanhã para o F.C. Porto.

Ambos são uruguaios e compõem, possivelmente, os principais motivos de preocupação de Octávio Machado. Morales e Nuñez têm ainda em comum a inesperada elaboração de um empate nas Antas, com um punhado de sobressaltos à mistura, ainda que o segundo possa reclamar um pouco mais de luz e atenção. Afinal, foi ele quem marcou o primeiro golo. Mais: foi ele quem assistiu Petric para o segundo, cinco minutos depois. 

Morales é extremo-direito, Nuñez extremo-esquerdo. As semelhanças prosseguem no discurso, em ideias coincidentes, que sublinham, em especial, a dificuldade e a dúvida. «Vai ser muito difícil», assume Morales. «Um grande jogo», acrescenta Nuñez. Porque «o Porto é uma grande equipa», lembra o primeiro, não lhe parece sobrar alternativa que não seja «dar tudo». O segundo assina por baixo: «Não podemos pensar que o empate das Antas é suficiente. Se o fizermos, acabamos por perder. De certeza!». 

Cauteloso, Morales não aponta favoritos. «Seria ilógico fazê-lo», escusa-se. «Não nos assumimos como tal». Nuñez reitera a convicção, mas vai mais longe: «Com um pouco de sorte, penso que poderemos conseguir um resultado positivo e passar à Liga dos Campeões». Claro, apoia agora Morales: «Foi importante termos empatado nas Antas. Conseguimos reagir a um Porto muito confiante e viramos o resultado. Mostramos valor». 

Os dois prometem «tranquilidade» e quase sugerem um resultado que lhes seja agradável. Mas Nuñez, em particular, sabe que será preciso mais do que a exibição da primeira mão. «Devemos fazer uma exibição global idêntica à segunda parte das Antas», impõe. Morales concorda. Porque os cruzamentos de Nuñez procuram insistentemente o ponta-de-lança, Morales seria dispensado da última questão, formulada em redor da suspeita de que Chapuisat não será titular. «Qualquer jogador da categoria dele faz falta», respondeu, depois de uma pausa e antes da providencial emenda, para não ferir a susceptibilidade do substituto: «Qualquer jogador naquela posição será importante».

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