João Pinto ao ataque e Paredes na sombra João Pinto começou muito bem o jogo e foi o jogador mais perigoso do Sporting durante a primeira parte do encontro. Paredes, do lado dos «dragões», mostrou ser a melhor contratação do F.C. Porto para esta temporada, numa noite em que até jogou a central.
Parecia ser mais uma grande noite para João Pinto. O primeiro sinal foi dado aos 13 minutos depois de um drible perfeito a Jorge Andrade e uma corrida longa, talvez longa de mais, até à zona de acção de Pedro Espinha. Aí, já acossado por vários jogadores do F.C. Porto não teve força para marcar. O número 25 dos leões foi provando a boa noite que estava a ter ao longo de todo o encontro. Para o João, esta fez-se de pequenos dribles, outros tantos pormenores e lançamentos para colegas. E o valor acrescido de ter ajudado na expulsão de Paulinho Santos. Caiu depois de produtividade quando a equipa mais atacava.
É um senhor jogador. Muito objectivo, simples no trato de bola e eficiente na cobertura do meio-campo. Paredes é a mesmo a melhor aquisição dos dragões para esta temporada, já que Pena parece bem longe de outros momentos. O médio-defensivo ontem até teve de jogar a central porque Paulinho Santos voltou a fazer das suas... e comandou as tropas. A sua serenidade pode valer muito aos dragões.
A actuação de Quim Berto esteve bem longe do que se pode considerar positivo. A defender, enquanto Ruben Junior jogou, teve grandes dificuldades para parar o brasileiro. Foi assim aos 17 minutos, quando Schmeichel lhe teve de «cobrir as costas», perante uma boa jogada do seu adversário directo. Quando Ruben Junior abandonou o relvado, devido à «ginástica táctica» de Fernando Santos, que já só tinha dez homens no relvado, tentou apoiar o ataque. Mas Quim Berto não é igual a César Prates...
Foi dos mais prometedores no início do jogo e teve mesmo a primeira jogada de algum perigo. Mas desapareceu, pouco a pouco. Os dragões precisavam de um Capucho mais perigoso e esse não esteve ontem em Alvalade. Nos últimos 45 minutos não existiu, não estava lá... o jogo já não era com ele. O trabalho inicial que teve ao impor respeito a Rui Jorge merecia outra continuidade.
As vinganças de Paulinho Santos
Acosta e João Pinto são os... inimigos de estimação de Paulinho Santos. Hoje, foram os adversários a tolharem-lhe o destino. Primeiro, numa falta muito dura sobre o argentino ainda na primeira parte e, depois, sobre João Pinto, já na segunda, ainda no meio-campo adversário. Paulinho nunca teve adversário directo porque Tello gosta mais do miolo e Rui Jorge estava mais preocupado com as subidas de Capucho. Mas não foi por isso que ajudou este último no ataque ou causou desequilíbrios. Uma noite para esquecer.
O belga parte para cima dos adversários, tenta passá-los em velocidade e chegar à baliza o mais depressa possível. Tenta e... é bem sucedido por diversas vezes. Levou com Esquerdinha em cima e é do conhecimento geral que o defesa-esquerdo é extremamente eficiente naquilo que lhe compete: guardar a linha. Ganhou e perdeu no confronto e talvez Manuel Fernandes o tenha tirado cedo de mais (56 m), quando existia mais espaço para a sua velocidade.
O treinador do F.C. Porto revisitou um passado não muito distante no F.C. Porto, em que Paulinho Santos era utilizado a lateral-direito. Não vamos dizer que foi por aí que os dragões perderam o jogo, porque o resultado foi um empate, mas a expulsão do futebolista acabou por ser a causa maior da inoperância atacante do conjunto no segundo tempo. Foi uma aposta falhada, mas o técnico teve o mérito de apostar em Ruben Junior para o duelo directo com Quim Berto e aí saiu claramente vencedor.
