Jorge Costa irritado com Weah

13 dez 2000, 14:20

«Capitão» portista não percebe contradições do avançado liberiano Durante a cerimónia da FIFA em Roma, na passada segunda-feira, Weah reiterou a ideia de que foram declarações racistas que o levaram a agredir Jorge Costa em 1996. No entanto, o mesmo jogador enviou um fax ao portista, pedindo desculpas pelo sucedido e afirmando que julgou mal os factos. Jorge Costa não compreende estas atitudes e reitera que Weah vai ser julgado a 28 de Fevereiro de 2001, num tribunal do Porto.

Jorge Costa está descontente com o comportamento da FIFA relativamente ao caso de agressão de Weah em 96, no final do jogo entre FC Porto e Milão, a contar para a Liga dos Campeões.  

O capitão da equipa das Antas não quis comentar, esta quarta-feira, as afirmações do jogador liberiano proferidas em Roma, durante a atribuição dos prémios da FIFA (que disse ao jornal «Record»: «Ele (Jorge Costa) quis levar as coisas ao tribunal, porque quer que eu diga que ele não me dirigiu insultos racistas. Mas, não posso dizê-lo porque não é verdade»), mas revelou a carta/fax enviada por Weah em 18 de Janeiro de 97 ¿ com respeitante notificação de Keith Cooper, responsável pelas relações da FIFA com a Comunicação Social. 

Essa missiva surgiu, então, numa altura em que o órgão que tutela o futebol mundial se preparava para entregar a Weah o prémio Fair-Play, que simboliza o comportamento exemplar. O jogador afirmava que «na altura pensava que tinha havido uma atitude racista, mas agora chego à conclusão que foi má interpretação da minha parte. Por isso, peço desculpas, como desportista, pela lesão infligida após o jogo com o Porto, pelo que fui punido pela UEFA». Elucidativo, mas, mesmo assim, pouco convincente para Jorge Costa. 

A desconfiança do portista levou-o a interpor uma acção em tribunal contra o liberiano. Tal como avançou «O Comércio do Porto», Weah será julgado a 28 de Fevereiro de 2001 no 1.º Juízo Criminal do Porto (2ª secção), respondendo por crime de difamação e ofensas corporais, mas é quase certo que deverá fazer-se representar por um grupo de juristas, enquanto o portista será defendido pelo conhecido advogado Lourenço Pinto. 

Jorge Costa disse, entretanto, ao jornal «24 Horas», que Keith Cooper «não deveria ter dito que tinha a certeza de que tive gestos e palavras racistas para com o Weah. Como pode afirmar com tanta certeza uma coisa que é mentira?», questiona. E vai mais longe. No dia em que Weah recebeu o prémio em Lisboa, o central portista assegura ter recebido «vários telefonemas de pessoas da FIFA» a pedirem-lhe para deixar o liberiano vir a Portugal. «Tinham medo que o prendesse», refere, recordando que nessa altura só esperava que o liberiano «dissesse a verdade», o que nunca veio a acontecer, pois nada disse sobre as incidências.

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