F.C. Porto: preparador físico e as dificuldades de motivação antes da Académica

30 nov 2002, 13:45

Rui Faria fala da gestão do esforço e concentração Rui Faria diz que é mais complicado manter os níveis de concentração dos jogadores depois de uma vitória importante.

O preparador físico do F.C. Porto falou esta manhã sobre a gestão do esforço e motivação dos jogadores, quando o intervalo entre jogos é curto. Rui Faria notou que os cuidados têm de ser ainda maiores quando a equipa vem de um jogo importante e o próximo desafio é frente a uma formação teoricamente mais acessível. É o caso para os portistas, depois da vitória sobre o Lens para a Taça UEFA (3-0) e antes do encontro com a Académica, na segunda-feira, a contar para a 12ª jornada da Superliga.

«O encontro com a Académica é um jogo muito difícil de preparar», afirmou neste sábado Rui Faria. «Não tanto pela parte fisiológica, mas mais pela motivação, porque depois de uma grande vitória é difícil que o jogador não sinta um abaixamento da motivação, porque o jogo seguinte é teoricamente mais fraco. Sabemos que depois não é assim, não há jogos fáceis e portanto é preciso conseguir concentração e conseguir que todos os jogadores estejam «no jogo» os 90 minutos», prosseguiu, para ressalvar ainda que esse esforço passa também pelos futebolistas: «Isso não depende só de nos, depende também dos jogadores e da auto-motivação.

Rui Faria, que falou aos jornalistas no lugar do treinador José Mourinho, depois de este ter deixado o centro de treinos mais cedo para viajar para Setúbal, comentou depois o trabalho de gestão de esforço dos jogadores quando o intervalo entre jogos é curto, como tem sido o caso do F.C. Porto. O preparador físico portista defende que o «tempo mínimo de recuperação entre partidas são 48 a 72 horas».

«Na gestão do esforço há micro-ciclos e cada micro-ciclo tem que ser respeitado. Se há um jogo a meio da semana o tempo para recuperar é mais curto, mas o que interessa é respeitar esse tempo de recuperação e aproveitá-lo, não tanto quanto tempo é», explica: «Naturalmente que, havendo dois jogos num espaço pequeno, o tipo de esforços no treino é menor, mas o que varia não é tanto a intensidade, mas a densidade do esforço, a carga de esforço a que o atleta é exposto nos treinos», prossegue Rui Faria.

Essa carga «varia de jogador para jogador». «Há jogadores que acusam mais e têm de ser mais poupados. Aí entra a gestão do treinador, se quer poupar um jogador ou não.», explica Rui Faria, o que leva à questão sobre se José Mourinho irá fazer alterações na equipa, gerindo também o plantel em função dos compromissos. Aí, Rui Faria passa a bola para o lado do técnico: «Vai haver algumas ou nenhumas. Depende do que o José Mourinho achar e de como a equipa estiver.»

Questionado sobre as notícias que dão conta da contratação de Lucas pelo F.C. Porto, Rui Faria remeteu para Mourinho e para as declarações da véspera do presidente portista, negando contratações no período de transferências de Inverno. «O José Mourinho considera que até acabar o novo período de inscrições vão ser falados muitos nomes. Poderá vir alguém, mas o presidente ontem só explicou que viria o Marco Ferreira e o Lucas foi negado», afirmou.

Rui Faria teve ainda tempo para defender que «a Académica tem feito boas exibições, mas isso não se tem reflectido nos resultados», bem como definir o período que atravessa com Mourinho, depois de terem trabalhado juntos no U- Leiria, como «o melhor momento» da sua carreira.

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