Famalicão-Sporting, 1-3 (reportagem) O Sporting principiou mal, mas conseguiu recuperar uma eliminatória que parecia caminhar para nova surpresa. A equipa de Manuel Fernandes surgiu melhor na segunda metade, fase do jogo que, segundo o treinador, foi decisiva para o desfecho da partida. Para José Alberto Costa foi a maturidade leonina que se impôs, se bem que a sua equipa tivesse jogado o suficiente para merecer um prolongamento.
Manuel Fernandes estava naturalmente satisfeito com a passagem às meias-finais da Taça de Portugal e com a continuidade numa prova que o clube de Alvalade quer vencer. «Fizemos uma segunda parte muito boa», referiu, certo que «a vitória é inteiramente justa, já que o Sporting foi a equipa com maior ascendente».
A partida, no entanto, principiou de forma oposta aos desígnios leoninos. «Fomos surpreendidos no contra-ataque», lamentou, não escondendo que «já estava avisado» para o perigo que o Famalicão podia provocar nesse tipo de lances. «Mostrámos depois muito querer na segunda parte», explicou. «O triunfo do Sporting foi obtido diante de uma formação bastante digna, que nos deu boa réplica».
Novidade na eliminatória foram os dois golos de Spehar, que deixaram boas indicações ao técnico e comprovaram que, afinal, Acosta pode ter um concorrente à altura na luta pela vaga de ponta-de-lança. «Era um jogador que não conhecia, mas devo dizer que gostei muito de alguns dos seus movimentos», disse Manuel Fernandes, deixando no ar a possibilidade de vir a apostar no croata com mais assiduidade.
A terminar, o treinador deixaria uma palavra para Luís Duque, que cumpriu esta noite o último jogo no banco do Sporting. «É um homem que consegue manter sempre um bom ambiente no clube», garantiu, preferindo, no entanto, não adoptar um discurso triste que pudesse vir a ser prejudicial ao plantel que comanda. «Temos de olhar em frente, pois vêm aí jogos bastante difíceis», concluiu.
O Sporting partiu de imediato para Lisboa e volta amanhã ao trabalho, às 15.30, no Estádio Unversitário.
José Alberto Costa: «Cheguei a pensar na vitória»
José Alberto Costa esteve perto de levar o Famalicão a nova surpresa na Taça de Portugal. Desta vez, contudo, não se repetiu a história verificada frente ao Belenenses e ao Gil Vicente e a equipa favorita acabou por levar a melhor. «Cheguei a pensar que a nossa equipa podia ultrapassar esta eliminatória», referiu o técnico no final de um encontro que diz ter perdido em «apenas dois minutos». Apesar de estar aparentemente convencido com o desfecho da eliminatória, o treinador asseguraria que «o Famalicão merecia pelo menos o prolongamento».
Esta foi, acima de tudo, mais uma noite de fulgor de um conjunto habituado ao anonimato da II Divisão B. «Estou muito satisfeito pela exibição que realizámos», frisou, «este resultado é apenas fruto da maior maturidade do Sporting». Esta qualidade, de resto, terá impedido a sua equipa de segurar a vantagem ou até dilatá-la assim que o conjunto de Alvalade apostou forte no ataque. «Se a minha equipa tivesse sido mais eficaz na segunda parte, podia ter incomodado mais um pouco e apoveitar o balanceamento ofensivo do adversário».
A terminar, e em jeito de resumo, o treinador recordou que a sua formação «foi muito digna e esteve muito bem colectivamente», defendendo que «o resultado é demasiado pesado para aquilo que se passou dentro do campo». Ao Famalicão, garantiu Costa, resta agora «pensar no campeonato e recordar o bom percurso realizado na Taça de Portugal».
