U.Leiria-E.Amadora, 2-0 (crónica)

20 ago 2000, 20:22

Uns movem-se, outros não O U.Leiria procurou trocar a bola, mover-se, jogar rápido. O Estrela parou, esteve apático e quase não rematou. Assim é difícil.

Foi tudo uma questão de movimento. Uma questão bastante simples, a diferença entre existir ou não. 

Uns, os leirienses, tiveram. Na ideia de Manuel José entrariam em campo com quatro defesas, mas o facto de o Estrela ter surgido com dois pontas-de-lança obrigou Nuno Valente a passar para a marcação, fechando João Manuel à esquerda. 

No entanto, ofensivamente a equipa não se retraiu e Nuno Valente largou muitas vezes o centro da defesa para subir pela esquerda, flectindo João Manuel para o meio. Esta dinâmica permitiu muitas vezes criar desequilíbrios junto da defesa adversária. Com dois atacantes muito móveis, ainda que nem por isso inspirados, e um Dinda verdadeiramente endiabrado, o U. Leiria deu rapidez e movimento ao seu jogo. 

Outros, os amadorenses, nem vê-lo. O esquema táctico acabou por não ser assim tão diferente - três centrais, cinco médios, dois avançados - mas a equipa de Quinito perdeu claramente em mobilidade. 

Para começar, os três centrais raramente passaram o meio-campo. Na frente só Gaúcho I procurava encontrar a bola. Cadete, disfarçado de estátua, limitava-se a ganhar algumas bolas de cabeça. 

Justiça seja feita, no entanto, aos avançados do Estrela - a bola raramente chegou à frente em condições. Se o U. Leiria tinha Dinda e Tiago inspirados, o Estrela tinha no meio um Lázaro algo atabalhoado, um Luís Carlos incapaz de um passe mais ambicioso e um Pedro Simões preocupado apenas em defender. 

A princípio, no meio da luta no centro do terreno, o Estrela ainda disfarçou. Os leirienses pareciam mais consequentes, mas enfim, consequência são golos e esses nem vê-los. 

Até aos 19 minutos. Dinda arrancou um livre directo soberbo e inaugurou o marcador e a boa exibição da sua equipa. Até ao intervalo os remates de longe e as defesas de Tiago sucederam-se, intercalados apenas com um chuto para fora de Gaúcho I. 

No segundo tempo a produção dos leirienses caiu - foi o calor, explicou mais tarde Manuel José, mas foi sobretudo o apagamento de Dinda. O Estrela, no entanto, não aproveitou. Limitou-se a despejar algumas bolas para a área, a ver de dava. 

Não deu. E depois de Duah e Paulo Alves entrarem em campo o destino ficou traçado. Na melhor jogada do desafio, em que participou também João Manuel, o U.Leiria marcou o segundo golo e deu mais justiça ao marcador. 

Mas nem se pode falar de alívio da equipa da casa. Mesmo tendo estado 65 minutos a ganhar por apenas 1-0, a vitória dos leirienses parecia uma inevitabilidade. 

Afinal, para marcar é preciso chutar à baliza, coisa que o Estrela não fez.

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