Aves-Gil Vicente, 1-0 (reportagem)

29 out 2000, 19:25

Treinadores discutem justiça do resultado Para Neca, «o Aves podia ter vencido o jogo ainda na primeira parte», confirmando uma superioridade que considera evidente. Álvaro Magalhães não concorda, assume a defesa e o elogio dos seus jogadores e garante que não abandonará Barcelos.

Jogo intenso ao nível dos bancos. Neca e Álvaro Magalhães deram constantemente indicações para dentro do terreno de jogo, na ânsia de verem as suas equipas corresponder positivamente às incidências do jogo. As posições conferidas pela tabela classificativa indiciavam um certo sufoco. Os dois técnicos não disfarçaram, por vezes, o nervosismo com que transmitiam instruções para os seus jogadores. Sempre que as suas equipas não interpretavam correctamente cada lance, gesticulavam, sentavam-se no banco, agastados, impacientes, atentos ao desenrolar do desafio.  

Neca surgiu na sala de Imprensa com a sua calma característica, não perdendo tempo antes de elogiar o «espírito» da turma avense, sublinhando que «a equipa vinha de uma derrota pesada em Alverca, mas teve tranquilidade e serenidade durante a semana para preparar este jogo».  

Prosseguindo a sua análise, considerou que «a fase inicial do encontro não foi boa, mas depois assumimos o controlo do jogo», disse, acrescentando que «a equipa tranquilizou-se e teve sempre presente uma coisa que é fundamental: o golo. Fizemos o jogo pelo jogo», referiu, adiantando de pronto que «por três ou quatro vezes a sua equipa podia ter dilatado o marcador e acabado com o jogo na primeira parte», observou 

Para o técnico avense a sua equipa demonstrou «consistência de trás para a frente», admitindo que o Gil Vicente na segunda metade «pressionou mais e criou dificuldades».  

Somada a segunda vitória no campeonato (Farense e Gil Vicente), Neca voltou a elogiar o grupo de trabalho: «os jogadores do Aves têm grande sentido profissional e alguns destes jogadores vão ter um futuro muito bom na I Liga», concluiu. 

«Estamos a construir uma equipa» (Álvaro Magalhães) 

O técnico gilista era no final do jogo um treinador resignado com mais esta derrota. «Fizemos um bom jogo e lutámos pela vitória, mas mais uma vez sofremos um golo de bola parada, quando controlávamos o jogo. Infelizmente a sorte não esteve do nosso lado», considerando ainda que o resultado final é «injusto», porque a «equipa lutou, correu» e mostrou-se «bem preparada». 

Comentando exibição da sua equipa durante os 90 minutos, o técnico gilista foi directo, escalpelizando a ideia anterior. «Sofremos um golo por falta de concentração incrível, mas a equipa tem jogado muitíssimo bem. Temos perdido os jogos a partir de bolas paradas, cantos, livres. Estamos a construir uma equipa e por isso temos falhado na finalização», assegurou.

  
Ainda assim, Álvaro Magalhães acredita que a equipa «irá dar a volta por cima e lutar até final da época pelas vitórias». Assumindo-se como «capitão da tripulação», o técnico gilista disse que irá manter-se como técnico do Gil: «Foi este barco que me deram e como capitão vou até ao fundo. No final do campeonato fazemos as contas», manifestando ainda a necessidade de introduzir alguns «reajustamentos» no plantel.

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