Alverca-Aves, 5-1 (destaques)

22 out 2000, 18:10

Defesa do Aves não existiu As correrias de Rui Borges, a inspiração espaçada de Ramires e o labor de Diogo bastaram para garantir a goleada e envergonhar os avenses, traídos por uma defesa eclipsada

Rui Borges (Alverca)

O estilo Rui Barros torna-o figura destacada da festa quando os jogos assumem um tipo de exigiência que se adapta perfeitamente às suas características. Passada curta, mas veloz, cabeça levantada, bola colada a um dos pés, sem distinção ou preferência declarada. Criou os dois golos iniciais, com cruzamentos teleguiados no seguimento de raides imparáveis, e marcou o terceiro, chegando ao passe de José António mais depressa que Tó Luís. Diabólico. 

Diogo (Alverca)

A luta não o atemoriza, mas a falta de competitividade contrária no meio-campo também não lhe autoriza uma folga. Diogo fartou-se de pressionar, roubar bolas e aumentar a diferença de argumentos que Alverca e Aves patentearam neste jogo. Um caso raro de aplicação total numa zona por vezes inferiorizada pelo papel exclusivamente criativo de Milinkovic. 

Ramires (Alverca)

Menos vistoso que Rui Borges, ainda assim capaz de surpreender no arranque ou na inversão súbita do trajecto já de si inacessível. Festejou dois golos, o segundo dos quais perto da euforia dada a qualidade do remate, e atormentou quem lhe surgiu pela frente. 

Rui Lima e Quinzinho (Aves)

Os únicos capazes de exigir concentração máxima aos adversários. O esquerdino começou bem o encontro, mas não foi devidamente acompanhado pelos colegas, estranhamente entretidos a medir as potencialidades alheias em vez de assumirem uma atitude indiscutível. Os arranques do angolano, por outro lado, proporcionaram situações avulsas de superioridade, mas quem cria ou abre espaços não pode inventar um dom que lhe permita igualmente finalizar. 

Defesa do Aves

José António, José Soares, Bilong e Marco Aleixo estenderam um tapete vermelho que sacudiam e escovavam após cada utilização. As facilidades consentidas eram ainda acompanhadas por um estranho curvar, espécie de vénia que os avançados do Alverca agradeceram no instante imediato ao espanto. Desatentos, vítimas de um mau acordar, ou, pura e simplesmente, incapazes de responder às exigências da I Liga. Uma questão para Neca discutir com cada um deles nos próximos dias.

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