Entrevista ao Maisfutebol O jogador explica que a rescisão de contrato não teve a ver com o Benfica, mas «com as pessoas que dirigem o clube».
Paulo Madeira, antigo capitão do Benfica que rescindiu contrato com o clube da Luz, diz que a atitude que tomou «nada tem a ver com o clube, mas sim com as pessoas que estão à frente dele».
O defesa-central, dispensado do plantel principal em 2001/2002 e sem jogar desde o final da época 2000/2001, falou neste domingo ao Maisfutebol sobre a rescisão, consumada com base no atraso nos pagamentos dos salários de Julho e Agosto: «Quero que fique bem claro que esta rescisão nada tem a ver com o Benfica, clube que sempre foi o do meu coração e ao qual devo tudo. Uma parte muito importante do que sou e tenho foi o Benfica que me deu. Isto tem a ver apenas e só com as pessoas que actualmente estão à frente do clube.»
Paulo Madeira explica que foi afastado do plantel, há mais de um ano, «sem uma explicação». Só uma vez, diz, foi chamado para conversar com os dirigentes. De resto, soube pelo telefone que teria de treinar com a equipa B, depreendendo que não fazia parte dos planos da equipa técnica: «Nunca houve frontalidade para me dizerem que tinha sido dispensado. Disseram-me por telefone que tinha de treinar com a equipa B e depois não houve mais conversas. Quando recuperei da lesão no joelho, na época passada, pedi para jogar pela equipa B e não me deixaram, presumo que por estar no seguro e me encontrar de baixa. Só uma vez fui chamado a um gabinete. Estavam lá Shéu, António Simões e Luís Filipe Vieira. Passei lá dois minutos com o Luís Filipe Vieira a perguntar nem sei bem a quem "o que é feito do Paulo", "onde é que treina", etc., como se não se estivesse a passar nada ou ele não soubesse de nada! Não percebi, estive lá dois minutos e saí.»
É por tudo isto, defende, que a única solução era a separação. «Não fui tratado como um ser humano. Sou uma pessoa, tenho sentimentos e tenho família. As pessoas do Benfica não respeitaram isso durante este tempo todo», resume Paulo Madeira.
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