Técnico do Benfica lamenta ocasiões desperdiçadas Para o técnico a equipa ficou a dever alguns golos a si própria. Sobre as críticas à arbitragem, uma pergunta: «Não fomos um vencedor justo?»
Jesualdo Ferreira admitiu que o triunfo do Benfica foi muito sofrido. Mas, sem retirar mérito ao U. Leiria, não hesitou em apontar culpas próprias na intranquilidade benfiquista: «Podia não ter sido uma vitória tão sofrida se tivéssemos conseguido conretizar as inúmeras oportunidades claras de que dispusemos. Tivemos um início muito bom e pressionante, perante uma equipa forte, experiente, e com bons jogadores. O U. Leiria fez o seu jogo, nós tentámos fazer o nosso, aqui e ali não tem bem como gostaríamos», admitiu.
Sem apontar falhas concretas à equipa, Jesualdo Ferreira não gostou, principalmente da insegurança demonstrada a espaços: «Em determinadas fases tivemos alguma ansiedade, pouco justificada até pela forma como o jogo estava a decorrer. Mas vencemos com clareza e justiça, ficando a dever-nos a nós próprios os golos que nos dariam outra tranquilidade»
O técnico aproveitou também para desvalorizar a novidade da utilização simultânea de Fehér e Nuno Gomes de início: «Não foi a primeira vez que jogámos assim, recordo que já com o Moreirense fizemos 45 minutos com dois pontas-de-lança. O importante é que temos condições para, sem fugir ao nosso modelo de jogo, utilizar os jogadores que estiverem melhor em dado momento. Nesse sentido, a equipa funcionou, criou muitas oportunidades. E foi por nossa responsabilidade que a vitória foi assim sofrida», reiterou.
Ao ser-lhe pedido para comentar a frase exaltada de João Bartolomeu, presidente do U. Leiria, que no fim do jogo afirmava, com azedume, que «depois disto o Benfica já pode encomendar as faixas de campeão», Jesualdo Ferreira revelou algum desagrado, mas preferiu conter-se: «Falando com seriedade, não respondo a esse tipo de afirmações. De uma forma mais ligeira, digo apenas: oxalá que ele não se engane...»
Depois, voltando ao tema, Jesualdo concluiu as suas declarações com um lamento e uma pergunta retórica: «Com declarações destas, as coisas no futebol português não vão ser claras como todos pretendemos, porque me parece que alguns dos principais responsáveis dos clubes têm afirmações que nada contribuem para isso. Depois, é natural que caiam em contradições e incoerências. Tenho vontade de fazer apenas uma pergunta: parece que o Benfica não foi um vencedor justo?».
