Frente ao Bayer Leverkusen O treinador leonino pensa na vitória, até porque «quem joga para o empate quase sempre perde». Inácio assume que a passagem à segunda fase da Liga dos Campeões é o grande objectivo do momento e diz que os jogadores estarão na forma física ideal em inícios de Novembro.
Augusto Inácio quer ver amanhã, em Leverkusen, um Sporting «forte, concentrado, rigoroso e com personalidade para entrar em campo e tentar vencer o Bayer». Segundo o treinador leonino, só assim a equipa poderá ambicionar o sucesso.
Inácio viu com atenção a cassete do Spartak Moscovo-Bayer da semana passada e ficou com a ideia de que o adversário de amanhã «não foi em nada inferior e não merecia ter perdido o jogo».
«O Bayer fez uma segunda parte fantástica, com grande poder físico e teve três ou quatro oportunidades de golo antes de sofrer o 0-2. O Spartak foi inferior e por isso sabemos que vamos ter pela frente um adversário complicadíssimo», acrescentou.
«Segunda fase da Liga dos Campeões é o nosso grande objectivo»
O jogo de Leverkusen não é encarado por Augusto Inácio como «de tudo ou nada», mas de qualquer forma o treinador considera que «o Sporting só pode tentar a vitória, pois quem joga para empatar acaba quase sempre por perder».
Um bom resultado em Leverkusen pode contribuir decisivamente para os leões atingirem o objectivo mais importante do momento, ontem assumido por Luís Duque, presidente da SAD, e hoje reiterado por Augusto Inácio: «O nosso grande objectivo é passar à segunda fase da Liga dos Campeões. Se não o conseguirmos poderemos dizer que falhámos. Quando iniciámos o nosso trabalho sabíamos que iríamos perder alguns pontos no Campeonato. Não se trata de olhar para as provas de maneira diferente, mas é um facto que também não podemos descurar nenhuma delas. Se quisemos ser campeões e representar o país na Liga, agora temos de assumir as nossas responsabilidades.»
Sem revelar o onze inicial, como aliás é hábito, Augusto Inácio adiantou que «o esquema táctico do Sporting vai ser semelhante ao que foi utilizado contra o Real Madrid».
No jogo de há uma semana Hugo actuou como trinco, marcando Raúl, e à frente dele teve uma linha formada por Sá Pinto (direita), Bino (centro) e Horvath (esquerda). João Pinto e Acosta jogaram na frente, com o primeiro mais solto.
Adoptará o Sporting uma estratégia de contra-ataque? Inácio contornou a questão: «O Bayer, quando está a defender, joga sempre atrás da linha da bola. Se isso é jogar em contra-ataque, então nós teremos de fazer o mesmo, pois é fundamental termos uma equipa compacta, que não dê espaços ao adversário nem abra lacunas no campo.»
Recusando a ideia de que a alegada crise do Bayer possa funcionar a favor dos leões - «Se calhar eles estão a dizer o mesmo por causa dos nosso últimos resultados» - o técnico verde e branco reforçou a ideia de que «a avaliar pelo jogo de Moscovo não há crise no Bayer».
«Todos em boa forma no inicio de Novembro»
Augusto Inácio não tem gostado das críticas em relação às quebras físicas do Sporting nas segundas partes dos últimos encontros.
«É fácil a análise fria que se faz a alguns jogadores em termos físicos, mas eu preferia ver análises mais profundas. Porque é que isto acontece?»
Inácio não se deteve e respondeu ele próprio: «No Sporting há uma maioria de jogadores de Selecção, alguns foram ao Europeu e começaram mais tarde, outros chegaqram sem ter feito a pré-época nas equipas onde estavam... Há desequilíbrios na equipa e isso pode dar a sensação de que estão todos menos bem, o que não é verdade. No jogo com o Alverca o André Cruz, o César Prates ou o Acosta, por exemplo, acabaram bem.»
«Há algum tempo disse que muitos jogadores iriam adquirir a boa forma no decorrer do campeonato», lembrou Inácio, acrescentando que «sabia-se que isto ia acontecer».
Segundo a previsão do treinador, «todos os jogadores do Sporting estarão em boa forma no início de Novembro».
Mesmo sem ter a equipa em momento ideal, o treinador acredita que «o Sporting não vai acusar o empate com o Alverca, como não acusou a derrota de Braga no jogo com o Real» e quer acabar com uma tradição aziaga que persegue os leões em jogos com alemães, a quem nunca ganharam: «No ano passado quebrámos uma série de tabus, pode ser que este ano quebremos mais esse.»
