Clima de «calma tensa» no treino desta tarde do F.C. Porto

31 ago 2000, 21:19

Só os sócios com as quotas em dia puderam assistir O sentimento de insatisfação continua a reinar nas Antas, apesar de a exibição em Vigo ter caído bem entre as hostes portistas. A contestação a Fernando Santos deixou de ser audível, mas a proibição da entrada aos sócios sem as quotas em dia gerou polémica

O ambiente esteve muito longe de ficar tão tenso como o da passada terça-feira de manhã, mas o clima de descontentamento prossegue nas Antas. 

Ao treino desta tarde do F.C. Porto só puderam assistir os sócios com as quotas em dia. Não só por isso, mas também por isso, os trabalhos do conjunto portista tiveram muito menos gente nas bancadas do que é costume. É certo que as circunstâncias não atraíam multidões ¿ nove jogadores nas selecções ¿ mas a decisão da SAD portista de condicionar o acesso não caiu mesmo nada bem entre uma boa parte dos simpatizantes do F.C. Porto. 

Os sócios que não tinham o número nove no seu cartão -- sinalizador de que todos os pagamentos estavam em dia -- ficavam à porta, não sendo autorizados a passar a zona condicionada. Na portaria, o segurança que procedia à identificação das pessoas não escapou de várias «bocas» mandadas por associados descontentes por não poderem entrar: «Isto é uma vergonha! Sou sócio desde 1985 e nunca me tinham vedado o acesso. Nunca mais trago os meus filhos aqui...», desabafou um adepto impedido de passar por não ter as quotas em dia. 

Aos associados portistas que não tinham o cartão consigo, foi permitida uma passagem pelos serviços administrativos para solicitar um registo que comprovasse que tudo estava em ordem. 

Os comentários dos que assistiram ao treino continuaram a incidir no momento de crise do futebol portista. As críticas a Fernando Santos, desta vez, foram menos audíveis, graças ao empate em Vigo, que caiu bem nas hostes portistas, nas circunstâncias em que foi obtido.  

Apesar de tudo, o clima de «calma tensa» que se viveu esta tarde nas Antas foi afectado pela presença de seguranças privados, que, discretamente, vigiaram a passagem dos jogadores e dos treinadores do campo de treinos para os balneários, certificando-se de que tudo decorria em tranquilidade.

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