Moreirense-Académica, 1-1 (crónica)

26 out 2003, 20:56

À falta de pé, valeram as duas cabeçadas Faltou o espectáculo. Os golos nasceram de duas cabeçadas porque os pés não conseguiram lá chegar.

Moreirense e Académica empataram (1-1) este domingo, na 9.ª jornada da Superliga, proporcionando um fraquíssimo espectáculo. Futebol inconsequente de duas equipas, alisado de pé para pé, mas sem alcance em termos ofensivos e sem dinâmica. Nenhum dos dois clubes soube correr atrás da vitória, após três encontros sem somar qualquer ponto. 

A «teia» do Moreirense sugou uma Académica que se viu negra para chegar com perigo às redes de Nuno Claro. O verde combate dos locais impôs-se pela razão de correrem com mais alegria pelo relvado, funcionando já como imagem de marca. Manuel Machado produziu duas alterações no «onze» que tinha sido derrotado em Guimarães, fazendo regressar Vítor Pereira após castigo. O médio teve de ser substituído aos 23 minutos por lesão, gerando a primeira contrariedade para a sua equipa. De resto, Bruno Mestre também regressou ao «onze», assinando uma má exibição.

A Académica apareceu em Moreira de Cónegos completamente remodelada em relação ao último encontro com o Nacional. O treinador Vítor Oliveira apostou em cinco unidades novas para este desafio: Nuno Luís, Fredy, Rocha, Fiston e Marinescu. Efeitos práticos, nem vê-los. As duas equipas eram moderadas nas ambições, abdicando do ataque. Muita luta, mas pouco mais do que isso, numa primeira parte para esquecer. Um remate intencional de Bruno Mestre às redes laterais e um cabeceamento de Marinescu resumem o que se passou nos 45 minutos iniciais. Não havia artistas, jogadores de qualquer rasgo genial, mas soldados da bola.

À falta de pé, valeram as duas cabeçadas

Na segunda parte, o Moreirense apresentou-se com Demétrios no ataque e a equipa pareceu ter adquirido novo fôlego. Pouco depois do quarto de hora, surgiria o golo inaugural, com Lito a trabalhar bem no flanco esquerdo e a servir com requinte Manoel, que teve tempo para colocar a bola fora do alcance de Pedro Roma, num bom gesto do avançado brasileiro. O golo sacudiu ligeiramente o jogo!

O Moreirense soube abanar as redes, mas a emancipação do golo não garantiu, nem trouxe tranquilidade ao conjunto. Começou a jogar sem controlo, não conseguindo segurar um adversário que procurava, ainda que de forma ténue e infantil, o ataque. Mas os «estudantes», na recta final, apareceram dispostos a vingar a afronta do golo de Manoel e começaram a mostrar alguma garra na área adversária. Num teste final às suas capacidades e depois de falhar algumas oportunidades para sentenciar o encontro, o Moreirense quebrou fisicamente, permitindo o empate no período de descontos, com Marcelo, de cabeça (hoje de pé não dava) a igualar o desafio. Com pressão e futebol «bombeado» à mistura, a Académica construiu o resultado que lhe permitiu somar um ponto.

Fechavam-se as luzes sobre mais um despique entre duas equipas a lutar pela sobrevivência na Superliga. Um empate aceitável e que castiga por aquilo que não foram capazes de jogar, com a necessidade de pontuar a castrar a inteligência dos intervenientes.

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