Sp. Braga-Benfica, 1-3 (crónica)

26 abr 2003, 22:22

A Europa no voo da águia O Benfica assegurou a presença nas competições europeias, depois desta vitória em Braga (3-1).

Num jogo nem sempre vivo, o sumo da história é mesmo o regresso do Benfica às competições europeias, depois de duas temporadas consecutivas a caminhar no deserto, sem fama nem glória. Graças a esta vitória (3-1) numa cidade marcada pelos tons vermelhos e brancos, o terceiro lugar na Superliga já está garantido e a segunda posição, que pode levar os encarnados à Liga dos Campeões, começa a ganhar forma à medida que o rival de Alvalade perde embalagem na luta pela cimeira da Europa. Aliás, melhor resposta à última escorregadela do Sporting seria impossível.

Foi sob esse estigma que a formação orientada por José António Camacho disputou este jogo em Braga. Sabia que podia dilatar a vantagem sobre os leões de oito para onze pontos e o objectivo foi cumprido na íntegra e sem oscilações do ponto de vista psicológico. É certo que um golo precoce (6m) ajuda sempre à festa, mas se esta equipa não tivesse os índices de confiança nos limites, provavelmente iria tropeçar na casca de banana que foi o golo do Sp. Braga (10m), fruto de uma grande penalidade aparentemente inexistente, já que Wender parece fazer-se à falta.

Este foi também o jogo de encontros e o Benfica cruzou-se com o seu ex-treinador, conseguindo deixar Jesualdo Ferreira pregado ao banco de suplentes, muitas vezes atónito com a incapacidade ofensiva do Sp. Braga. A sua estreia ficou marcada por alguns deslizes da linha atacante, nomeadamente por Bordi, um avançado que nunca conseguiu dar o melhor seguimento a algumas jogadas interessantes dos colegas. Nota-se que os minhotos são pouco consistentes e a defesa de papel prejudicou muito a estrutura da equipa, quase sempre inoperante quando os encarnados colocavam o pé no acelerador.

Sem oscilações

O Benfica entrou bem no jogo, desde logo disposto a desenhar um resultado favorável, contando com a preciosa ajuda do público. Braga é uma cidade-talismã para os encarnados assim como foi o golo precoce de Geovanni (6m), na sequência de um canto marcado por Zahovic. Logo naquela altura, a equipa da Luz já mandava no jogo e conseguiu manter a mesma bitola quando o Sp. Braga chegou ao empate (10m), por intermédio de Barroso, que marcou uma grande penalidade à custa da sua força descomunal no remate.

Aliás, o que impressionou mais neste Benfica foi precisamente a sua capacidade de manter a mesma linha de rendimento, apesar de ter sofrido um golo a contra-golpe que podia ter abatido os jogadores. Porém, esta ideia de queda não passou de uma mera conjuntura teórica e sem repercussões práticas. A postura ofensiva e a confiança foram armas de arremesso dos encarnados, no entanto, a desinspiração latente de Bordi também ajudou à festa, caso contrário os números deste jogo podiam ter sido ligeiramente diferentes dos actuais.

O regresso de Zahovic

É verdade que Andrade fez esquecer Petit e até se deu ao luxo de conseguir jogar o desafio todo nos limites, mesmo tendo um cartão amarelo a partir dos 28 minutos, porém, do outro lado, Pedro Costa, escolhido por Jesualdo Ferreira da equipa B, foi impotente para sacar Simão, assim como Barroso foi pequeno de mais para parar o poder de iniciativa de Zahovic. O esloveno foi decisivo ao colocar a sua equipa na frente do marcador (23m) e também a fazer alguns passes de morte para os colegas mais adiantados.

Depois do intervalo, o jogo perdeu alguma beleza na medida em que o Benfica tinha mais cuidados com a defesa e o Sp. Braga não sabia o que fazer para chegar ao empate. No entanto, isto não quer dizer que os encarnados tenham perdido o controlo do desafio, longe disso, pois nunca viraram a cara à baliza e seria Nuno Gomes a marcar um golo fantástico (64m) que fixou o resultado final (3-1). O lance mandou o adversário ao tapete e o sonho desvaneceu-se.

O árbitro Paulo Costa marcou uma grande penalidade inexistente a favor do Sp. Braga, mas anulou bem um golo a Nuno Gomes, por nítido fora-de-jogo. Não foi um encontro difícil de dirigir, até pela postura dos jogadores, mas o primeiro lance apontado podia ter deixado outras marcas no marcador.

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