Santa Clara-Boavista, 4-0 (crónica)

23 nov 2002, 22:25

Um jogo pouco agradável de seguir O jogo valeu, essencialmente, pelos quatro golos sem resposta da equipa açoriana.

O Santa Clara venceu e goleou o Boavista, por 4-0, em S. Miguel (jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal), numa partida muito fraca do ponto de vista técnico. O encontro foi pouco agradável de ser seguido e valeu essencialmente pelos quatro golos sem resposta da equipa açoriana, nos quais o guarda-redes Wiliam deu um grande contributo, penalizando excessivamente a sua equipa.

O encontro inicia-se praticamente com o golo do Santa Clara. Um livre marcado no meio-campo por Pedro Henriques para a área do Boavista. Ávalos desentende-se com Wiliam, ficando um à espera do outro. A bola ressalta no relvado e João Pedro aproveita e faz um golo de cabeça com cerca de 35 segundos de jogo.

Este golo, que poderia ter o condão de abrir o jogo e fazer partir as duas equipas para uma partida movimentada e com alguma emoção, teve precisamente o efeito contrário. O Boavista, carente de organização, apostava num tipo de jogo mais físico mas com fraca qualidade técnica.

O Santa Clara, por sua vez, a vencer desde muito cedo, tentava apostar no contra-ataque. Tinha mais facilidade em acercar-se do último terço do campo, mas a bola acabava invariavelmente por cair no pé de um defesa boavisteiro. Defesa esse que, na maior parte das ocasiões, a pontapeava sem nexo para o meio-campo, onde a luta pela posse da bola era intensa, o que também originava muita interrupção de jogo devido às faltas.

Esta tendência apenas viria a ser quebrada aos 38 minutos, quando Figueiredo ao entrar na área vê a sua progressão interrompida por Jocivalter, originando uma grande penalidade, que o próprio Figueiredo se encarregou de converter em golo, ampliando a vantagem da sua equipa.

Até ao final do primeiro tempo o Boavista esboça uma ténue reacção, mas inconsequente em função do desacerto geral da equipa.

O encontro reata-se com uma alteração no Boavista, a troca de José Pedro por Serginho, situação que por si só não viria a alterar nada em termos estratégicos na equipa.

Aos 76 minutos, Figueiredo coloca a bola rasteira nas costas da defesa do Boavista, os centrais tentam jogar no fora-de-jogo, mas João Pedro é mais rápido e toca a bola. William sai à bola e tenta pontapeá-la acrobaticamente, mas apenas a coloca à mercê do avançado do Santa Clara que, sozinho frente à baliza, não tem dificuldade em fazer o terceiro golo da sua equipa.

O Boavista, com três golos de desvantagem, subiu no campo e empurrou um pouco o Santa Clara para a sua área, o qual numa acção consentida, limitou-se a aproveitar as bolas perdidas pelo Boavista para partir para o contra-ataque e criar algumas situações de apuro.

O encontro não acabaria sem que William voltasse a dar um péssimo ar da sua graça quando, aos 89 minutos, não conseguiu segurar uma bola e permitiu a Vítor Vieira marcar um golo fácil. O jogador dos açorianos teve apenas de aproveitar mais um brinde do guarda-redes boavisteiro.

Em jeito de balanço, o Santa Clara acabou por averbar uma vitória dilatada e muito moralizadora, que deve ter deixado satisfeito o seu novo técnico, Carlos Alberto Silva, que, da bancada, pôde observar os seus futuros jogadores rubricarem uma boa exibição. Sem roçar os limites do brilhantismo acabou por ter um resultado agradável.

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