Farense-Salgueiros, 2-1 (crónica)

17 set 2000, 19:33

Desequilíbrios à direita da defensiva salgueirista O Farense bateu em casa o Salgueiros, até aqui líder da I Liga, com uma vitória justa. A superioridade dos algarvios baseou-se sobretudo nos desequilíbrios do lado direito da defesa visitante, que nenhum dos três jogadores que passou por aquela posição conseguiu atenuar.

Ao fim de meia hora de jogo, com o marcador a zero, já havia a ideia no São Luís de que seria do lado esquerdo do ataque do Farense que provavelmente sairia a resolução do jogo. 

Aos 65 minutos, Hassan, de penalty, estabeleceu o 2-1 final. A grande penalidade foi ganha pelo extremo-esquerdo algarvio. Os protagonistas, no entanto, não eram os mesmos da primeira parte. 

No primeiro tempo Djurdjevic foi, sem sombra de dúvida, o jogador mais perigoso do Farense. Pelo lado esquerdo do ataque algarvio, o jugoslavo tirou cruzamentos brilhantes, fez fintas atrás de fintas sobre Neves e bateu todos os livres da equipa da casa que assustaram Jorge Silva. O último fez mais que assustar - deu golo. Do lado direito Djurdjevic cruzou para a área, Herrera fez um pequeno desvio de cabeça e Hassan, ao segundo poste, com alguma atabalhoação, acabou por finalizar com êxito. 

Depois de uma primeira parte interessante, em que o Farense foi melhor, mais atrevido, mais ambicioso que o Salgueiros, o intervalo chegava com justiça no marcador. A equipa visitante, que partilhava até esta jornada o comando da classificação com o Sp.Braga, apostou no contra-ataque, tentando aproveitar a rapidez dos homens mais adiantados. Sem sucesso. Os poucos lances de perigo surgiram através de remates de fora da área, que Mijanovic foi segurando sem problemas. 

Ao intervalo, depois de 45 minutos muito complicados, Neves, o defesa-direito do Salgueiros, ficou no balneário. Vítor Manuel lançou Edu e recuou Carlos Ferreira para a defesa. 

A mudança fez bem aos salgueiristas. A equipa entrou muito pressionante e obrigou o Farense a refugiar-se na sua defensiva. A pressão deu frutos e depois de alguns sustos o golo do empate apareceu, num lance aparentemente inofensivo. Depois de jogadores das duas equipas andarem meio minuto aos saltos a meio do meio-campo algarvio, a disputarem a bola de cabeça, a bola bateu à frente de Pedrosa, que arrancou um pontapé fabuloso com o pé esquerdo, de primeira, batendo Mijanovic. 

O Farense respondeu e o treinador Manuel Balela fez sair Djurdjevic, que já não brilhava como no primeiro tempo, para a entrada de Jean Paulista. Quatro minutos depois de entrar em campo, o extremo-esquerdo brasileiro recolheu uma bola na esquerda, mudou de velocidade sobre Carlos Ferreira, passou o lateral salgueirista e foi agarrado. Hassan converteu o penalty. 

Em desvantagem, Vítor Manuel tentou apostar no ataque. Um dos sacrificados foi Carlos Ferreira, para a entrada de Bodunha, enquanto Ramos substituia Rui Ferreira. Desta vez, porém, as alterações não produziram efeitos - apesar de fazer os algarvios recuarem, o perigo junto à baliza de Mijanovic foi raro. A melhor oportunidade dos últimos vinte e cinco minutos pertenceu mesmo ao Farense, mas Hassan não conseguiu fazer a recarga a um bom remate de Vítor Manuel que Jorge Silva defendera para a frente. 

Fim do jogo, 2-1 e a resolução veio mesmo do lado esquerdo. Não de um lance de Djurdjevic sobre Neves, como se adivinharia antes do intervalo, mas depois de falta de Carlos Ferreira sobre Jean Paulista. O lado direito da defensiva do Salgueiros foi claramente o ponto de desequilíbrio num encontro em que o Farense foi melhor mas em que a equipa visitante mostrou a espaços que o primeiro lugar que ocupava até aqui não acontecera por acidente.

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