Marítimo acredita que pode ter Kenedy já contra o Benfica

13 ago 2002, 16:24

Clube e jogador preferem pena mínina à absolvição Absolvição no processo de doping é cenário pior do que a pena mínima. Jogador só pensa em voltar.

O Marítimo e Daniel Kenedy, jogador suspenso preventivamente devido a controlos anti-doping positivos, preferem que o atleta seja punido com a pena mínima a uma eventual absolvição no processo. Isto porque, segundo explicou o presidente madeirense nesta terça-feira, uma absolvição implica obrigatoriamente um recurso da Federação Portuguesa para o Conselho de Justiça, que manteria o jogador suspenso preventivamente. Carlos Pereira acha que se for aplicada a pena mínima e a defesa conseguir que sejam aceites algumas atenuantes, Kenedy poderá até estar disponível na primeira jornada do campeonato, frente ao Benfica.

Carlos Pereira e Kenedy estiveram esta manhã na Liga de Clubes, onde foram ouvidos pela Comissão Disciplinar no âmbito deste processo. O médico do Marítimo e o advogado também foram ouvidos como testemunhas de defesa, sendo que durante a tarde marcarão presença a mulher de Kenedy, a empregada e a mulher do companheiro de equipa Quim, na qualidade de farmacêutica.

O presidente do Marítimo explicou a posição defendida pelo clube e justificou-a da seguinte forma: «É uma contradição pedir que haja uma condenação quando o que queríamos era justiça, mas nós precisamos dos jogadores para jogarem e não para estarem suspensos. As pessoas compreenderão que o problema aqui tem a ver com a lei, que em minha opinião deveria ser mudada. Os jogadores só deveriam cumprir castigos depois de condenados. Com as suspensões preventivas, corre-se o risco de prejudicar alguém que depois é absolvido. É preferível o jogador ter uma pequena mancha no currículo e reiniciar a actividade o mais rapidamente possível.»

Carlos Pereira confia que «se a justiça for célere e as atenuantes aceites» Kenedy pode reintegrar a equipa na primeira ou na segunda jornada do campeonato da I Liga.

Daniel Kenedy - que foi retirado da convocatória para o Mundial 2002 devido ao primeiro dos três casos de análise positiva a ser conhecido publicamente - assume que «o mais importante é voltar a jogar».

«Claro que preferia sair de tudo isto inocente, mas pelos vistos alguma coisa vai mesmo acontecer, por isso é preferível ter o menor castigo possível e começar a jogar rapidamente. Não sei como isso pode ser feito, não entendo muito dessas questões, mas na verdade o importante é jogar», declarou o esquerdino.

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