Naval: tomba-gigantes sonha com a subida à Superliga

12 abr 2003, 19:52

Equipa sensação da Taça de Portugal tem plantel experiente Álvaro Magalhães montou uma equipa experiente que combate a subida à Superliga. Na Taça, o Sporting já ficou pelo caminho.

Saído da penumbra, o nome da Naval já entrou na história da presente edição da Taça de Portugal, ao ser a única equipa da II Liga nas meias-finais da prova. Pelo caminho, o conjunto da Figueira da Foz conquistou o rótulo de tomba-gigantes, ao eliminar o Sporting, nos quartos-de-final, à custa de um golo de Costé. Para trás, ficaram ainda o Vila Pouca de Aguiar, a Ovarense, o Sp. Braga e o Sp. Espinho. Agora, segue-se o F.C. Porto, mas as hipóteses de surgir uma nova surpresa são bem menores.

Depreende-se no discurso do treinador Álvaro Magalhães que a subida de escalão é o seu grande objectivo, porque a sua equipa «já fez história» na competição rainha do futebol português. Neste momento, o conjunto figueirense está em sexto lugar na II Liga, a quatro pontos dos lugares de promoção e isso acaba por ser a grande meta dos responsáveis. Mesmo assim, prevê-se a presença de cerca de 500 adeptos no Estádio das Antas na perspectiva de manter de pé o sonho da final.

Não passa despercebida a forma como esta equipa subiu a pulso no campeonato, tendo apenas como meta a permanência. Curiosamente, o treinador foi contratado em finais de Junho e teve pouco tempo para construir um plantel com as melhores soluções. No entanto, o grupo foi moldado à imagem do técnico: o trabalho e a disciplina em detrimento do espectáculo. E as contratações resultaram em cheio, numa aposta natural em atletas com larga experiência. Sérgio Gameiro (ex-Gil Vicente), Auri (ex-Chaves), Justiniano (ex-Leça) e Tó Ferreira (ex-Salgueiros) são apenas alguns exemplos.

Treinador em final de contrato

Assim se explica, em parte, o sucesso. Ainda para mais porque as assistências da Naval nos jogos em casa são fraquíssimas - uma média a rondar os 500 espectadores por encontro -, já que o futebol não é um dos pólos de interesse da Figueira da Foz, mais virada para o turismo e para a indústria hoteleira. O orçamento de 750 mil euros é uma ninharia em função das bolsas mais ricas da II Liga e o clube vive muito à custa da câmara municipal e do casino. Dentro desta perspectiva, Álvaro Magalhães tem conseguido um autêntico milagre, mas há um risco inerente nesta campanha: não se sabe se o treinador vai continuar.

O técnico termina o seu contrato no final da época e deu a entender que se a Naval subir à Superliga pode dar azo ao projecto: «Se subirmos tenho condições de dar continuidade ao meu trabalho. Não quero dar a carne aos outros e ficar com os ossos», afirmou na sequência de ainda estar à espera de uma conversa com o presidente Aprígio Santos para limar arestas. Para este jogo com o F.C. Porto, Sufrim é a única baixa, por lesão, enquanto o jovem Puma foi integrado nos trabalhos, mas será multado por causa de um caso de indisciplina.

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