Belenenses-Marítimo, 1-0 (destaques)

11 nov 2000, 19:12

Porfírio brincou com o fogo e quem se queimou foi o Marítimo A expulsão de Porfírio é a principal razão para a vitória do Belenenses. O jogador foi ingénuo ao ponto de brincar com o fogo e quem se queimou foram os madeirenses. Nota positiva para os guarda-redes e para Pedro Henriques, precioso a centrar.

Porfírio

Já devia saber que não se brinca com o fogo, mesmo que a brincadeira pareça inocente. O problema é que de vez em quando as brincadeiras correm mal e Porfírio não estava a brincar no recreio da escola. Foi expulso, se não com justiça pelo menos com razão, e a equipa é que pagou. Ofereceu a vitória ao Belenenses. 

Segurança dos guarda-redes

Num jogo muito longe de ter grandes méritos futebolísticos, a segurança dos guarda-redes acaba por ser factor a destacar. Sem que tenham tido muito trabalho (os poucos remates que saíam à baliza eram normalmente para o meio), Nélson e Marco Aurélio lá foram cumprindo com o que se lhes exigia - no golo do Belenenses o cabeceamento de Cafu é muito perto para que Nélson pudesse reagir em condições -, com um ou outro momento de brilhantismo. A defesa do guarda-redes do Marítimo a remate de Tuck, aos 59 minutos, é dos poucos lances do encontro que vale a pena lembrar. 

Pedro Henriques

Num jogo tão morno, acabou por ser o único que percebeu como despertar as pessoas e os colegas. É verdade que não é o melhor jogador com a bola nos pés - se é posto sobre pressão a solução é normalmente o balão para o meio-campo contrário, o que tem a vantagem de evitar perdas de bola comprometedoras -, mas quando embala o lateral-esquerdo do Belenenses revela-se um perigo. Correu, o que é mais do que se pode dizer de muitos, fez um centro perfeito para a melhor ocasião de golo dos azuis na primeira parte (Guga desperdiçou) e colocou a bola na cabeça de Cafu, na sequência de um canto, para o único golo do jogo. 

Musa Shannon

Surgiu com surpresa no onze titular, no lugar do argentino Lagorio, que na última jornada tinha marcado os três golos com que o Marítimo tinha batido em casa o Belenenses. Lagorio sofreu de um «problema», segundo a explicação (?!) do treinador do Marítimo no final, aparentemente de ordem intestinal, e Nelo Vingada escolheu Musa Shannon para o seu lugar. O liberiano foi voluntarioso, mas no futebol é preciso mais que vontade. Teve azar, é certo, quando depois de aproveitar um erro de Filgueira rematou com força e a bola foi devolvida pela trave. Mas aquele falhanço, quando finta Marco Aurélio para o lado errado e desperdiça o golo por perder ângulo de remate, é imperdoável. 

Alergias e protagonismo

Confesso que não gosto de falar de árbitros e é a primeira vez que o faço esta época. Admitindo a expulsão de Porfírio, pela letra da lei, e reconhecendo que o jogador foi muito ingénuo, para usar um eufemismo, o bom-senso deve imperar em vez da aplicação rigorosa das leis do jogo. E nem se pode dizer que Francisco Ferreira tenha sido muito rigoroso, trocando pontapés de baliza por cantos, assinalando faltas sem que houvesse infracções e mostrando cartões amarelos sem razão aparente. Acabou o jogo como um dos protagonistas, o que é sempre reprovável, e juntou-se ao clube da alergia a ter o cartão no bolso, o que se presume que a Liga agradeça, porque ninguém faz nada para os curar e a caixa das multas sempre vai engordando.

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