Gil Vicente-Sp. Braga, 1-0 (destaques)

6 fev 2004, 23:27

Paulo Jorge e Quim, quando os extremos se tocam

Paulo Jorge

Não foi um jogo de muitas oportunidades de golo, não proporcionou sequer uma avalanche ofensiva, mas este parece ter sido o jogo dos guarda-redes. Porque estiveram lá e porque nas poucas ocasiões para marcar que houve mostraram estarmos perante dois dos melhores guardiões da Superliga. Paulo Jorge, o guarda-redes do Gil Vicente, teve uma primeira parte de total tranquilidade, sendo forçado a aparecer apenas na etapa complementar, quando o Sp. Braga quis afinal disputar o resultado. Nessa altura, sim, o guardião mostrou excelentes pormenores. Excelentes reflexos, sobretudo. Ao parar com uma elasticidade admirável um remate de Paulo Sérgio e um cabeceamento de Paulo Jorge (o central do Sp. Braga). Fundamental, por isso, na vitória gilista.

Quim

A derrota bracarense não lhe nega o direito de ser considerado um dos melhores em campo. E muito menos lhe retira o mérito que teve esta noite. A margem mínima sublinhada no resultado desfavorável encontra até muita, mesmo muita, razão de ser na excelente exibição do guardião. Enfrentou uma noite de trabalho árduo e respondeu com uma concentração fantástica aos propósitos adversários e uma segurança tremenda entre os postes. Elástico e felino voou um par de vezes para parar alguns cabeceamentos à queima, ficando na retina dois, um de Luís Loureiro e outro de Nunes, ambos na primeira parte. No golo ainda parou um excelente remate de Luís Coentrão, nada podendo fazer perante a falha de marcação dos centrais a Ferreira II.

Ferreira II

Marcou o golo que fez a diferença, e valeu mais três pontos ao Gil Vicente, pelo que só por isso já merece este destaque. Ferreira II foi, porém, bem mais que o golo que marcou. Como tantas vezes, aliás. O brasileiro é um típico número 9, um homem que joga bem entre os centrais, uma referência para todo o jogo da equipa, bom tecnicamente, com boa sentido de finalização e capacidade de jogar com os companheiros. Esta noite deixou mais uma vez todos estes atributos bem vincados. Só pecou uma ou duas vezes na finalização.

Luís Loureiro

Aproveitou, durante toda a primeira parte, a ausência de um médio ofensivo adversário para jogar uma dezena de metros mais à frente, para pressionar mais em cima da linha média do Sp. Braga, para ficar um par de vezes mais próximo da zona de remate e para ser frequentemente mais uma espécie de organizador de jogo, que pautava todo o futebol da equipa. Mostrou pulmão, disponibilidade ofensiva, visão de jogo e capacidade de remate. Em duas ocasiões ainda subiu à área adversária para cabecear com muito perigo: na primeira Quim defendeu, na segunda Barroso tirou sobre a linha de golo. Na segunda parte, com a entrada de Wooter, foi mais um médio de marcação, jogou mais perto dos centrais e perdeu por isso muita influência.

Casquilha

Regressou à equipa e em excelente estilo. Colocado sobre o centro do relvado, desta vez, no apoio aos homens da frente, o capitão mostrou que é um homem para muitos desafios. Sempre com a mesma eficácia. Desta vez teve desequilibrar menos, teve menos espaço para furar as defesas adversárias, teve de defender mais, teve de pensar mais rápido, teve de ser mais prático. Uma missão cumprida com distinção, num papel que já não lhe é estranho, ele que parece poder jogar em todas as posições do meio-campo para a frente. Terminou o jogo esgotado, claro, depois de muito batalhar na construção de jogo de ataque, na primeira parte, e de muito correr na procura do preenchimento dos espaços na intermédia, na etapa complementar.

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