Santa Clara-Marítimo, 2-1 (crónica)

5 dez 2002, 00:59

As duas faces do Santa Clara Entre uma equipa permissiva e outra dominadora, que era afinal a mesma, só houve o intervalo.

O Santa Clara venceu o Marítimo por 2-1, em S. Miguel, no jogo em atraso da 7ª jornada da Superliga, numa partida inicialmente muito fraca do ponto de vista técnico, mas que melhorou no segundo tempo, embora prejudicada pelo denso nevoeiro, que a espaços não deixava vislumbrar o que se passava no relvado.

O encontro caracteriza-se inicialmente como excessivamente centrado sobre o meio campo, sem que uma e outra equipa conseguisse ter clarividência para desenvolver situações de ataque planeado.

Aos 12 minutos, contudo, um contra-ataque rápido pelo lado esquerdo, desenvolvido por Alan, leva Aldo a aliviar a bola de primeira para a entrada da área, onde surge Joel, à vontade, a rematar forte e colocado junto ao poste direito, sem que Jorge Silva se conseguisse opor.

Quatro minutos depois, Brandão em lance individual, numa posição mais recuada e num assomo de inconformismo, tenta o remate fora da área, mas a bola passa acima da barra.

Dados lançados

Os dados do encontro estavam agora lançados, com o Santa Clara a deter maior tempo de posse de bola e o Marítimo a defender bem, numa zona muito adaptada à ocupação e espaços, a qual não permitia aos açorianos efectuarem um circulação consistente da bola para apoiarem as suas acções ofensivas.

Com a desvantagem no marcador e estas limitações, o Santa Clara não revelava possuir ao nível dos seus homens do meio campo a dinâmica necessária para romper a estrutura defensiva do Marítimo, que dando a iniciativa do jogo ao Santa Clara não deixava de o controlar, aproveitando mesmo as situações de bola parada para causar perigo, tamanha era a supremacia dos seus elementos no jogo aéreo na área do Santa Clara.

Só no declinar do primeiro tempo, aos 44 minutos, o Santa Clara atacou com mais objectividade, quando Aldo rematou perigosamente à baliza de Nelson.

No reatamento Carlos Alberto Silva coloca George no lugar de Gabor e a dinâmica do ataque açoriano altera-se por completo.

Aos 58 minutos, Paiva numa jogada não muito diferente da que deu o golo ao Marítimo no primeiro tempo, desfere um remate forte de meia distância, que Nélson não consegue suster, deixando que a bola se esgueire para dentro da baliza, permitindo o empate.

Dez minutos depois, Luís Soares coloca a bola na área por entre dois defesas do Marítimo, Paiva recolhe, cruza ao segundo poste, para o recém-entrado Ceará marcar de cabeça e colocar o Santa Clara pela primeira vez em vantagem no marcador.

Transfigurados

A equipa açoriana estava agora completamente transfigurada, mais confiante, muito mais segura na defesa, mais acutilante no ataque e capaz de tomar conta do jogo.

O Marítimo, por seu lado agora, numa posição desconfortável, atacava com sofreguidão mas sem a clarividência que lhe permitisse explorar os flancos para com perigosos cruzamentos tentar desfeitear a defesa do Santa Clara, num capítulo em que esta anteriormente se tinha revelado mais frágil. Apenas Joel, já em período de compensação, rematou com perigo, a obrigar Jorge Silva a uma defesa arrojada.

O encontro viria a terminar com a preciosa vitória do Santa Clara, que acaba por ser justa em função de um certo adormecimento que o Marítimo experimentou após os 10 minutos do segundo tempo.

A arbitragem da equipa chefiada por Paulo Paraty do Porto, esteve bem quer no capítulo técnico, quer no disciplinar, num encontro cujo estado do relvado e as condições climatéricas não tornaram fácil de dirigir.

Patrocinados