Vítor Magalhães (Moreirense): «Nunca pensei chegar à Superliga»

1 nov 2003, 14:28

O Presidente fala dos projectos para o clube acabado de entrar na terceira idade O presidente fala dos projectos para o clube acabado de entrar na terceira idade.

65 anos. O Moreirense chega hoje à terceira idade. Uma data que no mundo da bola constituirá mais ou menos a entrada na maioridade desportiva. E fá-lo do alto da Superliga, de uma posição que para muitos ainda poderá ser um profundo espanto. O clube, esse, não tem vertigens. Nem sonhos desmesurados. Vítor Magalhães, em declarações ao Maisfutebol, não consegue dizer, por exemplo, que a Superliga seja o lugar natural do emblema da pequena vila de Moreira de Cónegos. «Em 2005/06 a Superliga vai ser reduzida para dezasseis clubes e a partir daí fica ainda mais difícil manter o Moreirense na divisão maior do futebol nacional», recorda. «Enquanto for possível manter o Moreirense no escalão maior, muito bem, no dia em que deixar de ser possível, paciência, queremos é sair de cabeça levantada e sem dever nada a ninguém».

O que conseguiu, diz, conseguiu-o com muito esforço. Ele que pegou no clube há oito anos. Era então o Moreirense um modesto emblema de II Divisão B. «Trabalhámos sempre, desde que pegámos no clube, com muito profissionalismo, com muito rigor e com muita humilde», justifica. «Olhámos para o sonho que tínhamos para o clube como um projecto a médio/longo prazo. Nunca procurámos o mediatismo efémero». Só nunca sonhou que fosse possível chegar tão longe. «Quem trabalha como nós trabalhámos sujeita-se sempre a alcançar bons resultados, mas, para ser sincero, nunca pensei que fosse possível chegar à Superliga».

«Queremos crescer como escola de formação»

E ainda conseguiu, para além disso, deixar o clube com uma série de infra-estruturas valorosas para o futuro. Um estádio renovado, dois campos sintéticos (um deles com medidas oficiais), novos balneários para a formação e uma sala de estudo. Investimentos que atingem um total de quase dez milhões de euros. O futuro passa agora por aí. «Não sei se podemos crescer mais como clube, mas sei que podemos crescer como escola de formação», refere. «Queremos melhorar toda a logística que permita aumentar a qualidade da formação de bons jogadores e melhores homens».

É esse o desafio do Moreirense em idade de reforma. «O nosso projecto passa por tirar rendimento de toda uma estrutura que estará concluída até ao final do ano e aperfeiçoar os métodos para que a nossa formação seja cada vez melhor». Os primeiros resultados dessa aposta começam agora a ser visíveis. «Trabalhámos a formação há quatro anos. Neste momento já temos mais de 200 jovens nas nossas escolas, incluindo um juvenil na selecção nacional», revela. «Isso é um motivo de orgulho e motivação. Sabemos que só teremos uma luz ao fundo do túnel para deixar aos nossos filhos se trabalharmos bem na formação».

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