Moreirense: um jovem em idade da reforma

1 nov 2003, 14:37

Clube minhoto completa hoje 65 anos O clube completa hoje 65 anos. Os sonhos concretizados e os projectos para o futuro do pequena emblema minhoto.

Anos 30: Moreira de Cónegos começava a despontar para um desporto que haveria de ser coroado rei. Na altura dominava o futebol popular, o vinho verde, alguma fertilidade agrícola ainda dos nossos dias, mas no horizonte um grupo de notáveis da terra queria mais no domínio da bola. Domingos Almeida, Manuel da Silva, Domingos da Cunha e Joaquim Oliveira (ainda vivo) decidiram criar um clube nessa zona periférica de Guimarães. Volvidos dois anos, um novo sopro nas aspirações desta «criança» ainda de tenra idade, com a filiação na Associação de Futebol de Braga a constituir um passo importante. A designação de Moreirense Futebol Clube aconteceu a 1 de Novembro de 1938, dia de todos os santos. Há 65 anos, portanto.

Nas duas épocas que mediou entre 1938 e 1940, Álvaro de Almeida desempenhou a função de primeiro presidente do Moreirense. O clube logo mostrou ser fadado para vencer provas na estreia, sagrando-se campeão em 39-40 na primeira prova oficial em que participou ainda ao nível do futebol concelhio, sagrando-se na época seguinte novamente campeão da II Divisão da Associação de Futebol de Braga, titulo que revalidaria no ano seguinte, espelhando o que viria a concretizar décadas mais tarde, no dobrar do novo milénio. Tinha estrela e soube mantê-la!

O Moreirense, como várias agremiações da época, sofreu, entretanto, convulsões ao longo dos anos, passando mesmo por alguns períodos de indefinições gerados por algum vazio directivo, dificuldades económicas, tudo agravado com o desenrolar da II Guerra Mundial. Vivia-se a época dos «particulares». Só a partir da época de 70-71 é que o Moreirense voltaria a ressurgir no panorama local, os «quentes» encontros com os «azuis» de Vizela e vários presidentes a desempenhar funções, até Vítor Magalhães, actual líder, assumir os destinos do clube e colocar o Moreirense no mapa do futebol português.

Subida cósmica

A época de 99-2000 fica marcada pela aposta nos escalões de formação, movimentando actualmente mais de duas centenas de jovens. No plano desportivo, a equipa profissional coleccionou factos inéditos, numa curva ascendente, começando por triunfar no Campeonato Nacional da II Divisão B (2000-01), subiu à II Liga para a vencer, atingindo a Superliga em 2002-03. Na última época conseguiu a manutenção e disputa actualmente o campeonato dentro das expectativas, ocupando o 12.º lugar com 10 pontos. Um clube que está inserido numa pequena vila fabril com cerca de seis mil habitantes, dos quais, pouco mais de mil são associados do clube. Na Taça de Portugal também granjeou alguma fama quando eliminou um clube, o maior do concelho, o V.Guimarães, em três ocasiões.

A acompanhar esta galopante e mágica corrida de sonho, o clube foi-se dimensionado, apostando em várias valências ao nível da melhoria das infra-estruturas, com natural destaque para o ampliado e reformulado Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas. O sucesso do treinador Manuel Machado e a visão empresarial de Vítor Magalhães são os principais pilares deste pequeno-grande clube na gestão de recursos. Um orçamento de 300 mil contos para uma Superliga evidencia o aproveitamento. Só nos falta ver hastear mais uma bandeira de aniversário. Parabéns Moreira!

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