«Estrela da Amadora é um novo mundo», afirma a revelação Semedo

1 set 2000, 18:45

Jovem em destaque na Reboleira

Esta é a história de Semedo, a revelação do Estrela da Amadora. Aos 21 anos, trocou o Casa Pia pela Reboleira e disse «não» ao Sporting. Não podia estar mais satisfeito com a opção, até porque no seu caminho apareceu Quinito.  

Foi num misto de nostalgia e alegria que Maisfutebol falou com Semedo. Com o campo onde deu os primeiros pontapés na bola como pano de fundo, o jovem avançado falou do seu «recente» início de carreira, da actual situação no Estrela, dos objectivos futuros e da falhada transferência para Alvalade. 

A Casa Pia de Lisboa foi o começo. Durante a adolescência foi a sua segunda casa. Lá estudou durante oito anos, do 5º ao 12º ano, tendo tirado um curso de electrónica industrial. «Sei que ainda sou muito novo, mas quando acabar a minha carreira futebolística gostaria de ter um negócio dentro do ramo da electrónica e da electricidade, pois foi para isso que tirei o meu curso», afirma com orgulho o jovem atleta. 

Foi também no Colégio de Pina Manique que começou a jogar futebol. «Iniciei-me aos 10 anos no futebol de 5. Depois, já com 16, resolvi arriscar no futebol de 11, tendo jogado dois anos nos juniores e dois nos seniores, do Casa Pia Atlético Clube», revelou. 

A estreia na I Liga

Semedo estreou-se este ano na I Liga. Em Leiria, na primeira jornada do campeonato, entrou a 20 minutos do fim. Mas foi com o Sp. Braga, em casa, que o jovem português deu nas vistas. Foi titular e revelou-se como o melhor jogador em campo na equipa do Estrela da Amadora. 

Mas o jovem ex-casapiano não quer ficar por aqui e mostra alguma ambição. «Quando cheguei ao Estrela o meu objectivo era estar com frequência entre os 18 convocados, o que já consegui. Depois estabeleci como meta a luta pela titularidade e no último jogo, mesmo sem estar à espera, consegui integrar o onze inicial, algo que vou lutar por manter nos próximos jogos. Agora gostava de ir à selecção de sub-21», afirma. 

O avançado amadorense já participou em estágios das selecções jovens, mas nunca conseguiu qualquer internacionalização. «Na altura do último torneio de Toulon era para ser chamado, mas o facto de estar sem treinar devido a um problema com o Casa Pia prejudicou-me.» 

A possível ida para o Sporting 

O «problema» referido por Semedo teve origem numa possível transferência para o Sporting. No final da época passada o clube de Alvalade mostrou interesse na sua aquisição, mas o jovem jogador recusou a mudança.  

A recusa de Semedo desagradou aos dirigentes do Casa Pia que já tinham chegado a acordo com Luis Duque e o jogador viu-se privado de jogar nos últimos seis jogos do campeonato, por imposição dos directores.  

«Por coincidência, no primeiro jogo em que fiquei de fora a nossa equipa sofreu a primeira derrota do campeonato. Essa derrota deixou-me com um misto de tristeza e de alegria. Tristeza por causa do meus colegas, alegria por aquilo que os dirigentes me fizeram», revelou o avançado estrelista. 

«Cheguei a falar com o Sr. Manolo Vidal (antigo dirigente do Sporting) e com o Sr. Luis Duque (actual presidente da SAD sportinguista), mas depois de ouvir a proposta, pensei bem e juntamente com o meu pai e o meu empresário resolvi optar pelo Estrela da Amadora», explicou Semedo ao Maisfutebol. 

Ainda em relação à possível transferência para Alvalade, o jovem justificou a opção pelo facto de querer ter uma oportunidade na I Liga. «Quando soube da hipótese do Sporting, lembrei-me do exemplo do Ivo Damas que foi emprestado ao Lourinhanense e hoje está no Sporting B, na 2ª divisão B, e pensei que provavelmente era o que me iria acontecer a mim.» 

A sorte de ter Quinito como treinador 

O avançado do Estrela da Amadora referiu também que havia mais equipas interessadas no seu concurso, como por exemplo Farense e Vitória de Guimarães. A equipa da cidade-berço era orientada na época passada por Quinito, actual treinador da Reboleira. 

«É um treinador fantástico. Até nisso eu tive sorte em ter escolhido o Estrela, já que Quinito gosta bastante dos jovens. É um treinador que apoia e dá moral ao jogadores», afirmou o atacante. «Quando entro em campo, ele costuma dizer para não ter medo de ter a bola nos pés, para ir para cima deles sem receio.»

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